TENDÊNCIA DE QUEDA DE MARINA PROSSEGUE. CAMPANHA DE DILMA NÃO MUDA O TOM
por Fernando Brito
Tive acesso a informações de
pessoas com acesso aos levantamentos diários produzido pelo “trackings” de
campanhas que, se não servem para dar com toda a precisão números de
intenção de voto – a coleta de opiniões por telefone, por melhor que seja,
distorce um pouco a amostra, geográfica e em estratificação social – têm
o mérito de identificar e monitorar as tendências do eleitorado.
E todos os que eu ouvi foram
unânimes em dizer que ao longo dos últimos dias, a tendência de queda nos
índices de Marina Silva e de elevação dos de Dilma Rousseff continuou, com bem
pouca alteração para o percentual de Aécio Neves, num terceiro lugar cada vez
mais distante.
Um deles chegou a dizer que,
como os institutos de pesquisa também tem seus “trackings” diários, a decisão
do Datafolha de “esticar” a realização de sua nova pesquisa (registrada ontem,
com “campo” dias 17 e 18 de setembro, um intervalo muito maior do que o das
duas últimas: 28 e 29 de agosto e 1° a 3 de setembro) pode ser devida ao fato
de, mais cedo, ter de registrar uma ampliação muito expressiva da diferença de
apenas três pontos entre Dilma Rousseff e Marina Silva.
Como o Ibope será divulgado
antes, registrando uma diferença maior – a última já foi de oito pontos – a
ampliação da distância no Datafolha terá menos repercussão.
E repercussão de pesquisa,
perto de eleição, é arma poderosíssima de campanha.
Outro integrante de campanha,
sempre ( e ainda) cético em relação à decisão ainda no primeiro turno mantém
sua posição, mas já admite – a contragosto, porque crê que isso possa levar a
uma “acomodação” – que isso possa ocorrer.
Ele me chamou a atenção sobre
sinais de mudanças – ainda que pequenas, crescentes – no quadro de São Paulo,
como resultado de uma politização maior da campanha de Alexandre Padilha,
depois do “sacode” promovido por Lula há pouco mais de uma semana no PT paulista.
Diz ainda que há uma decisão
de “não tirar o pé” da polarização política, mesmo com a nova estratégia de
Marina Silva de se fazer de “vítima”.
O que aliás, parece não
resistir ao ódio que se destila nela e que, com estratégia ou não, transborda:
como com a declaração que “o povo vai demitir” Dilma, hoje, em Ceilândia.
Como já frisei aqui, segundo
as pesquisas, embora Marina seja, sem dúvidas, a candidata da oposição, quase
20% de seus eleitores consideram bom/ótimo o governo Dilma, e outros
quase 50% julgam regular a administração da petista.
Por isso, o discurso
será, essencialmente, o da “nova turma da Marina” e não o da falta de
experiência ou das deficiências pessoais da candidata.
Não apenas restabelece a
posição de “quem foi que mudou de posição” como empurra a ex-senadora para o
campo dos seus novos aliados: Fernando Henrique, Bornhausen & companhia.
A curva descendente de Marina,
que começou no início deste mês e se acentuou a partir do dia 6 ainda é suave,
mas é morro abaixo, sem oscilação.
Só o que a pode manter nas
alturas é estar em órbita da direita.
TIJOLAÇO 14 de setembro de 2014 às 17:48
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 15.09.2014 06h15m
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