IBOPE
(E COMPANHIA) VERSUS VOX POPULI: ALGUÉM ESTÁ MENTINDO
Graças à divulgação da pesquisa Vox Populi na rodada de pesquisas
eleitorais desta semana, foi possível chegar a uma conclusão inevitável: alguém
está mentindo sobre os números de Marina Silva e Dilma Rousseff
recém-divulgados por esse e outros institutos.
Na terça-feira (23), foram
divulgadas as pesquisas CNT/MDA, Vox Populi e Ibope. Os dois primeiros
institutos foram a campo no sábado (20) e no domingo (21) e o terceiro, com
maior amostragem de eleitores, também no dia 22.
O instituto MDA ouviu 2002 eleitores,
o Vox Populi 2000 eleitores e o Ibope, 3010 eleitores.
MDA e Ibope apuraram números
muito parecidos tanto no primeiro quanto no segundo turnos, mas o Vox Populi
apurou percentuais fora das margens de erro desses institutos.
Para entender, veja o gráfico
abaixo
Como se vê, o percentual de
Marina em primeiro turno no Vox Populi está fora da margem de erro do MDA e do
Ibope. Na banda inferior da margem de erro desses dois institutos, Marina
poderia ter 25,2% no MDA e 27% no Ibope, mas, no Vox Populi, ela aparece com
22% e, na banda superior da margem de erro desse instituto, poderia ter, no
máximo, 24,2%.
Já o problema no segundo turno
afeta Dilma, em vez de Marina. Na banda superior da margem de erro do Ibope, a
presidente poderia ter 43%, mas, no Vox Populi, Dilma aparece com 46%. Na banda
inferior da margem de erro deste instituto, porém, só poderia ter 44%.
Agora façamos uma “conta de
português”. O TSE estima o eleitorado brasileiro em 140 milhões de eleitores.
Cada ponto percentual, portanto, vale cerca de 1 milhão e 400 mil eleitores.
A diferença fora da margem de
erro do percentual de Marina no primeiro turno do MDA para o primeiro turno do
Vox Populi, é de 1,2 ponto percentual, ou 1,68 milhão de votos. Já a diferença
entre Vox Populi e Ibope é de 2,8 pontos percentuais, ou 3,92 milhões de votos.
No segundo turno do Ibope, a
diferença fora da margem de erro de Dilma para o Vox Populi é de 1 ponto
percentual, ou 1,4 milhão de eleitores.
A diferença de 1 ou 3 pontos
percentuais pode parecer pequena, mas há que levar em conta que estamos fazendo
o cálculo FORA da “margem de erro”, ou seja, estatisticamente a diferença é
significativa, fora da metodologia proposta pelos institutos conflitantes.
Além disso, há o fato clamoroso
de que no resto dos números (ou na maioria dos números) os três institutos concordam.
Nos números de Marina no primeiro turno e nos de Dilma no segundo, portanto,
ocorrem exceções.
Por que só nesses pontos há
discordância?
Vale lembrar, aqui, a lei 9.504, de 30 de setembro de 1997, Artigo
33, § 4º : “A divulgação de pesquisa fraudulenta
constitui crime, punível com detenção de seis meses a um ano e multa no valor
de cinquenta mil a cem mil UFIR”
Caso ainda não tenha me feito
entender, reproduzo, abaixo, matéria do portal IG de 12 de maio de 2010.
O que gerou a investigação que a
matéria acima informa foi justamente esse tipo de “diferença”.
A análise da denúncia feita por
este Blog em 2010 ficou a cargo da vice-procuradora-geral de então, doutora
Sandra Cureau, quem, há época, muitos diziam ser “tucana”. Hoje, o
vice-procurador-geral-eleitoral é o doutor Eugênio Aragão, a quem não se atribui
esse tipo de inclinação política, por assim dizer.
Talvez alguns leitores não tenham
entendido o recado, mas os institutos de pesquisa por certo entenderam. Senão,
serei mais direto: qualquer cidadão pode representar à Procuradoria pedindo uma
investigação como a de 2010. Um cidadão como este que escreve, por exemplo.
Como dizem em espanhol, portanto, ¡Ojo, señores!
Blog da Cidadania 24 de setembro de 2014
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 24.09.2014 04h58m
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