DILMA: “BC
INDEPENDENTE É TER QUARTO PODER NO PAÍS”
Presidente voltou a criticar duramente, nesta
manhã, a proposta da adversária Marina Silva; "A candidata diz: vou tornar
o Banco Central independente. Ora, Banco Central independente nos termos do
Brasil é colocar um quarto poder na Praça dos Três Poderes. Aí vai chamar Praça
dos Quatro Poderes", declarou, durante entrevista ao programa Bom Dia
Brasil, da TV Globo; ela nega que programa do PT sobre o tema, que teve
suspensão requerida na Justiça pela campanha do PSB, "amedronta as
pessoas", mas sim "alerta"; Dilma Rousseff também afirmou que
pretende manter estímulos enquanto a crise internacional for grave e que
denúncias contra a Petrobras não comprometem produção de petróleo
A presidente Dilma Rousseff voltou a criticar duramente, na
manhã desta segunda-feira 22, a proposta da adversária do PSB, Marina Silva, de
tornar o Banco Central independente. Para a petista, que concedeu entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV
Globo, isso significaria criar um "quarto poder" no Brasil. O
discurso é similar ao da propaganda eleitoral do PT, que diz que Marina pretende dar
aos "banqueiros" poder de decisão de um presidente da República e do
Congresso Nacional sobre assuntos que têm efeito direto "sobre a sua vida
e de sua família", como "os juros que você paga, seu emprego, preços
e até salários".
Os
jornalistas Ana Paulo Araújo e Chico Pinheiro criticaram o programa e
questionaram se Dilma achava certo ficar "colocando medo nas pessoas".
Dilma respondeu: "Tudo o que eu falo está no programa da candidata. A
candidata diz: vou tornar o Banco Central independente. Ora, Banco Central
independente nos termos do Brasil é colocar um quarto poder na Praça dos Três
Poderes. Aí vai chamar Praça dos Quatro Poderes. Está escrito isso. Mas não é
só isso. Ela diz que vai reduzir o papel dos bancos públicos", afirmou a
presidente.
Chico
Pinheiro trouxe à tona a posição do procurador-geral eleitoral, Rodrigo Janot,
de que a propaganda era "tendenciosa" e que "poderia gerar
estados emocionais desapegados da experiência real, ou seja, não é
verdade". Dilma afirmou: "ele disse 'poderia', isso é uma opinião
dele. Isso vai ser julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Do meu ponto
de vista, eu quero meu direito de defesa". Questionada se não considera
que está "amedrontando" as pessoas com essa linha de raciocínio,
Dilma disse que "não", está "alertando as pessoas".
Voltando
à proposta em si, Dilma foi questionada sobre exemplos de países que tornaram o
Banco Central independente, como Chile e Reino Unido, e de acordo com a
jornalista Miriam Leitão, tiveram resultados positivos. A presidente Dilma
disse que o papel do BC é "única e exclusivamente controle da
inflação" e que nem os Estados Unidos estão conseguindo fazer esse
controle. "Hoje, no mundo, ninguém está conseguindo cumprir todas as metas
no ponto. Oscila. Lá também oscila", disse.
Ao
falar sobre a crise internacional, Dilma disse que pretende manter estímulos
enquanto a crise for grave. Leia abaixo reportagens da agência Reuters sobre a
entrevista:
Dilma diz que mantém estímulos
enquanto crise for grave, mas pode "gastar menos" em retomada
(Reuters)
- A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, afirmou em
entrevista exibida nesta segunda-feira que vai manter em um eventual segundo
mandato os estímulos econômicos enquanto a crise internacional for grave para
proteger o emprego e o salário, mas indicou que pode "gastar menos"
em caso de uma retomada do crescimento.
"Nós
estamos numa situação em que o Brasil está na defensiva em relação à crise
internacional, protegendo emprego, salário e investimentos", disse Dilma,
em entrevista ao Bom Dia Brasil, da TV Globo, gravada no domingo e exibida
nesta manhã.
"Por
que nós protegemos isso? Porque vamos apostar numa retomada. Na retomada, às
vezes muda a sua política econômica de defensiva para ofensiva, e como que se
faz isso? Se faz de duas formas: eu posso na retomada gastar menos do que estou
gastando para sustentar emprego, salário e investimento", afirmou.
Questionada
se sua fórmula para recuperar o crescimento da economia seria diminuir os
estímulos, a presidente afirmou: "Não, mas eu vou manter os estímulos
enquanto a crise for grave."
Nos
últimos anos, o governo tem feito fortes desonerações tributárias para tentar
estimular a economia, como redução de impostos para veículos e móveis, o que
acaba afetando a arrecadação. Só no primeiro semestre deste ano, essas
desonerações somaram cerca de 51 bilhões de reais, quase 45 por cento a mais do
que em igual período de 2013.
Na
entrevista, Dilma disse ainda que mudança na política econômica está vinculada
a uma eventual recuperação da economia nos Estados Unidos.
"Nós
achamos que a gente tem de ver como evolui a crise... Os EUA evoluindo bem, acho
que o Brasil pode entrar numa outra fase, que precisa menos estímulos, pode
ficar mais entregue à dinâmica natural da economia e pode perfeitamente passar
para uma retomada", afirmou.
(Por
Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro; Edição de Patrícia Duarte)
Dilma diz que investigações
sobre Petrobras não comprometem produção de petróleo
A
presidente Dilma Rousseff, que concorre à reeleição pelo PT, disse em
entrevista exibida nesta segunda-feira que as investigações que envolvem a
Petrobras não comprometem a exploração de petróleo no país.
"Isso
é importante que fique claro. Toda essa investigação sobre a Petrobras não
compromete o ritmo do crescimento da sua produção e nem o desenvolvimento do
pré-sal", disse Dilma em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV
Globo.
Segundo
ela, a estatal "foi responsável" pelo déficit comercial do Brasil
entre 2011 e 2013. Mas "a Petrobras já se recuperou", afirmou a
presidente, argumentando ainda que a estatal já está batendo recordes de
produção na camada pré-sal.
A
Petrobras é alvo de uma investigação da Polícia Federal sobre um suposto
esquema de corrupção.
Depoimentos
do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa à PF, mediante delação premiada,
revelaram um suposto esquema de repasse de recursos a políticos e partidos da base
aliada, segundo informações vazadas à imprensa.
Além
disso, há duas CPIs instaladas no Congresso para apurar eventuais
irregularidades na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, a
compra de uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, entre outras questões
envolvendo a estatal.
Na
entrevista, Dilma voltou a dizer que não tinha conhecimento da ação do
ex-diretor e do suposto esquema de corrupção na Petrobras.
Segundo
ela, Costa era um funcionário de carreira da estatal e só chegou à diretoria
porque tinha "credenciais" para ocupar o cargo. Dilma negou também
que ele tenha assumido o cargo por indicação política no governo do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
(Reportagem
de Jeferson Ribeiro, em Brasília)
BRASIL 247 22 de setembro de 2014 09:28
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 22.09.2014 13h53m
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