QUEDA DE MARINA JÁ ROMPE “REDE DE SOLIDARIEDADE” NA MÍDIA
por Fernando Brito
Embora alguns comentaristas políticos,
transtornados por estarem vendo escapar a certeza da derrota de Dilma Rousseff
e Lula, insistam em que nada esteja acontecendo no processo de formação do voto
popular, a realidade vai se impondo.
Não obstante os comoventes esforços de
Ricardo Noblat -que ontem gravou um post dizendo que há “estabilidade” na
disputa eleitoral porque os resultados se asemelham aos da erupção de
Marina, ha pouco mais de um mês – e Merval Pereira, há outros analistas que,
embora partilhem os sentimentos de oposição figadal a Dilma Rousseff, não
pretendem tapar o sol com a peneira e negar o obvio.
Merval, convertido ao mais fanático
marinismo, simplesmente recusa que haja qualquer mudança. mesmo diante dos
números.
Ora isso é tão evidente que qualquer
comentarista, embora conservador e de oposição ao governo, se não
aposentou sua massa encefálica e um mínimo de honestidade para com seus
leitores, observa.
É o caso de Dora Kramer, insuspeita de conter
um grama de simpatia pela Presidente, hoje, no Estadão:
(…)Marina descendo de 33% para 27%, na CNT,
nem com muito boa vontade é possível ignorar o que significa. No início ganhou
muito, depois estacionou e agora viu se reduzirem seus índices de intenções de
votos. (…) O retrato não lhe é favorável. Esses 27% representam exatamente
o capital dela na última pesquisa, de abril, em que seu nome foi incluído
quando nem candidata era. (…) De lá para cá Marina esteve afastada da
cena, não fez política. Absteve-se no segundo turno, preservou-se para um
projeto de partido próprio que não deu certo e agora está de volta ao ponto de
partida.
Sua distância de Aécio Neves caiu pela metade.
Perdeu a dianteira em relação a Dilma no segundo turno. Ficou mais fácil para a
presidente. E para os adversários a decisão está nas mãos do tempo. Que urge e
ruge.
Há um processo em curso, que imprensa e
pesquisas podem tentar atenuar apresentando como “oscilações na margem de
erro”. Como as pesquisas se sucedem em intervalos cada vez mais curtos, é
possível tratar assim uma escada, onde cada degrau, evidentemente, ”está
dentro da margem de erro”.
O tempo, tem razão Dora Kramer, urge e ruge.
Inclusive para “acertar” os números das pesquisas, como terá de fazer, daqui a
dois dias, o Datafolha.
TIJOLAÇO 24 de setembro de 2014
09:04
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 24.09.2014 14h08m
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