MÍDIA PROTEGE MARINA E OMITE O ÓBVIO: ELA
MENTIU
Por que será que é tão difícil dizer que a
candidata Marina Silva, do PSB, mentiu quando disse, no debate da Band, que
votou favoravelmente à CPMF; na Folha de S. Paulo, ela, a vítima, alvo do PT,
"se contradiz"; no Valor, ela votou contra a CPMF quatro vezes no
governo FHC, mas fez isso "sob orientação do PT"; no Globo, de novo
vitimizada, "após ataque", Marina tenta explicar sua posição; a
verdade é uma só: a candidata disse uma coisa e fez outra, ou seja, mentiu; no
entanto, em Caruaru (PE), Marina tentou culpar a presidente Dilma Rousseff pela
própria mentira, ao dizer que ela não tem experiência parlamentar e não sabe
como funciona o Congresso; na verdade, é Marina quem enfrenta problemas de
memória
No primeiro debate entre os presidenciáveis, na Rede Bandeirantes,
Marina tentou vender uma imagem de si própria que não correspondia à realidade.
Disse que não fazia "oposição pela oposição", dando como exemplo o
fato de ter votado a favor da CPMF, quando seu partido – na época, o PT – era
contra.
Marina mentiu. Como foi demonstrado ontem pelo 247, nas quatro
ocasiões em que teve a oportunidade de votar em relação ao imposto do cheque,
criado para financiar a saúde, ela votou contra (leia mais aqui).
E a mentira foi desmascarada no debate da Record, no último domingo, quando a
presidente Dilma Rousseff a confrontou com dados do próprio Senado.
Pega numa situação desconfortável, Marina ontem soltou uma nota.
Mais uma vez mentirosa. Disse que foi favorável à CPMF quando o assunto
tramitou numa comissão do Senado. Nesta ocasião, houve apenas uma votação
simbólica e quem representou o PT foi a liderança do partido no Senado – e não
Marina Silva.
O fato de Marina ter sido pega na mentira foi, sem dúvida, um dos
pontos altos do último debate. No entanto, chega a ser comovente o esforço dos
jornais brasileiros para proteger a candidata do PSB das suas próprias
fragilidades.
Na Folha, Marina foi vitimizada. Na manchete, ela, "alvo do
PT", se contradiz sobre CPMF. No Globo, também vitimizada, Marina,
"após ataque", "tenta explicar posição sobre CPMF". No
Valor, joint-venture dos grupos Folha e Globo, mais uma tentativa de proteção.
A manchete informa que ela votou quatro vezes contra a CPMF, mas "sob
orientação do PT".
Ora, mas o discurso de Marina era justamente o de "não fazer
oposição pela oposição" e de ter desafiado seu próprio partido.
Protegida pelos meios de comunicação familiares, Marina continua à
vontade para alimentar mitos e inverdades. Ontem, em Caruaru, tentou culpar a
presidente Dilma Rousseff por sua própria mentira. Disse que ela, por não
conhecer os meandros do parlamento, teria "feito confusão".
“A CPMF tramita desde 1993.
Entrei no Senado em 95. No processo da comissão, o senador Antônio Carlos
Magalhães (DEM, já falecido) propôs um fundo de combate. Eu propus estudar
medidas de combate à pobreza. Fizemos o bom combate na comissão. Aprovamos a
proposta e no plenário houve mudança no texto e os recursos foram reduzidos
pela metade. Aí sim votamos contrários”, disse a candidata. “Fico
tranquila porque sei o que fiz. Obviamente, uma pessoa como a presidente Dilma,
que nunca foi vereadora, deputada, que não teve qualquer mandato político, tem
uma certa dificuldade de entender o trâmite legislativo de uma proposta”.
Na comissão, Marina, quem se manifestou foi a liderança do PT. E
no plenário, em quatro ocasiões, você votou contra. O resto é apenas conversa
mole.
BRASIL 247 30 de setembro de 2014 10:30
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 30.09.2014 14h38m
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