PAIM DENUNCIA 'ATENTADO' CONTRA A CLT
Segundo o senador petista Paulo Paim (RS), 'há
uma orquestração meticulosa em curso no Congresso Nacional, com objetivo de
liquidar nossa legislação trabalhista e social'; “Direitos assegurados na lei,
como carteira assinada, 13º salário, horas extras, vale-transporte,
auxílio-alimentação, seguro-desemprego, adicionais, fundo de garantia, férias,
jornada de trabalho, direitos das domésticas e outros direitos ficam
vulneráveis, correndo o risco de serem extintos”, diz
O senador Paulo Paim (PT-RS)
defende uma mobilização contra a flexibilização da legislação trabalhista e
social. Segundo ele, “direitos assegurados na lei, como carteira assinada, 13º
salário, horas extras, vale-transporte, auxílio-alimentação, seguro-desemprego,
adicionais, fundo de garantia, férias, jornada de trabalho, direitos das
domésticas e outros direitos ficam vulneráveis, correndo o risco de serem
extintos”. Leia no artigo abaixo:
Há uma
orquestração meticulosa em curso no Congresso Nacional, com objetivo de
liquidar nossa legislação trabalhista e social
Os
olhos da sociedade estão exclusivamente voltados para as crises política e econômica
do país. Isso é mais do que necessário para o aprimoramento da democracia. A
sociedade não pode se calar e ficar acomodada vendo a banda passar.
Também
pudera: inflação em alta, aumento do custo de vida, desemprego crescente,
ajuste fiscal, escândalos e mais escândalos envolvendo variados matizes
partidários e setores empresariais.
Apesar
disso, chamo a atenção para uma meticulosa orquestração que está em curso,
conduzida por grupos no Congresso Nacional, que tem por objetivo liquidar a
nossa legislação trabalhista e social.
A
situação se agravou ainda mais após as últimas eleições, com a redução do
número de senadores e deputados federais compromissados com essas causas.
O
resultado está sendo terrível: perda de força, mobilidade e ação. Os conservadores,
por sua vez, tomaram quase totalmente o campo de batalha. Isso vem sendo
traduzido nos projetos que estão sendo apresentados ou reavivados das gavetas
do Legislativo.
Recentemente,
a Comissão Mista da Medida Provisória nº 680/15, que institui o Programa de
Proteção ao Emprego (PPE), aprovou uma emenda de autoria do deputado Darcísio
Perondi (PMDB-RS), que na prática revoga a CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho).
Direitos
assegurados na lei, como carteira assinada, 13º salário, horas extras, vale-transporte,
auxílio-alimentação, seguro-desemprego, adicionais, fundo de garantia, férias,
jornada de trabalho, direitos das domésticas e outros direitos ficam
vulneráveis, correndo o risco de serem extintos.
Muito
grave também foi a forma como aprovaram a emenda: sem debate algum. Uma espécie
de reforma trabalhista empurrada goela abaixo. Durante audiência pública na
Comissão de Direitos Humanos do Senado foi aventado que o governo federal teria
interesse que a emenda à MP 680 fosse aprovada.
Não
acredito nisso. Recuso-me a crer em tal cretinice. O próprio ministro do
Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, me garantiu que é um absurdo
achar que o Executivo está por trás dessa proposta.
Nesta
mesma esteira encontra-se o projeto de lei nº 30/2015, da Câmara dos Deputados,
que trata da terceirização de qualquer setor de uma empresa, incluindo a
atividade-fim. Essa proposta enfraquecerá o sistema de negociação coletiva e o
controle judicial. Ela já foi aprovada na Câmara e atualmente tramita na Comissão
Especial do Desenvolvimento Nacional (Agenda Brasil), sob minha relatoria.
É
importante destacar o que diz o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do
Trabalho sobre a terceirização: em cada dez acidentes de trabalho, oito ocorrem
em empresas terceirizadas. De cada cinco mortes em ambiente de trabalho, quatro
se dão em empresas assim.
O
levantamento das centrais sindicais, por sua vez, mostra que o salário nessas
empresas é 30% inferior ao normal. Os terceirizados trabalham, em média, três
horas semanais a mais e permanecem menos tempo no emprego: 2,5 anos, ao passo
que os demais permanecem seis anos, em média.
Temos
ainda outros projetos prejudiciais aos trabalhadores, como o PL nº 450/2015,
que cria o Simples Trabalhista, e o PL nº 1.463/11, que institui o novo Código
do Trabalho.
A
Comissão de Direitos Humanos do Senado está promovendo um movimento de
mobilização nacional por meio de debates em Brasília e audiências públicas nas
Assembleias Legislativas dos Estados, chamando a atenção para o verdadeiro
crime de lesa-pátria que está sendo articulado contra os brasileiros.
A
Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho também está
esclarecendo a população, reafirmando que essa orquestração afronta a
Constituição. Portanto só há uma forma de barrar o fogo do dragão: a
mobilização da população nas ruas, dos estudantes e dos movimentos sindical e
social. Se for preciso, vamos parar o Brasil.
Fonte: BRASIL 247 12 de outubro 2015 06h01m
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 12.10.2015 07h22m