ASSIM NASCEU O SINPROCAPE

ASSIM NASCEU O SINPROCAPE - Em 06 de Março de 1987 foi fundada na cidade de Caruaru-PE, através do Propagandista Vendedor Sr. Pedro Tiago de Moura, a Associação dos Vendedores e Viajantes Propagandistas de Caruaru, neste mesmo ano, foi realizada uma consulta na Delegacia do Trabalho, tendo a frente o delegado Sr. Gentil Miranda, de como proceder para transformar a mesma em Sindicato, após várias consultas e procedimentos, no dia 02 de Abril de 1989 foi fundado o SINPROCAPE que nos dias atuais dispõem de sede própria na Rua Benjamin Larena, 169 – Bairro Divinópolis-Caruaru, Pernambuco, e assim continuamos trabalhando em prol de nossa categoria como nosso lema propõe : “UNIÃO E COMPROMISSO” .

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

JUÍZES PERNAMBUCANOS EM DEFESA DOS DIREITOS TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIOS

Os juízes trabalhistas de Pernambuco vão protestar, na próxima terça-feira, contra o que classificam de precarização dos direitos sociais e previdenciários e o risco de extinção da Justiça do Trabalho. O ato acontece em frente ao Fórum do Recife, na Imbiribeira, das 9h às 10h, e foi motivo de conversa do presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Amatra 6), José Adelmy, durante visita à sede do Diario de Pernambuco, ontem. Adelmy foi recebido pelo vice-presidente do jornal, Maurício Rands. Juntamente com a Amatra, que organiza a mobilização, estarão procuradores do trabalho, promotores estaduais e juízes federais e estaduais do trabalho.
“Haverá o movimento no fórum trabalhista e possivelmente em outros fóruns contra as vozes do Congresso que estão com esses discursos revanchistas que falam até em extinção da Justiça do Trabalho, da precarização dos direitos trabalhistas através da terceirização, a prevalência do negociado sobre o legislado”, comentou Adelmy. Durante o período da manifestação, serão suspensas as audiências, que retornarão às 11h. “Vamos também priorizar as execuções trabalhistas em detrimento das execuções fiscais e previdenciárias, com o objetivo de agilizar as ações movidas pelos trabalhadores. E vamos fazer essa denúncia do corte da inanição por insuficiência econômica da Justiça do Trabalho”.
O protesto do dia 4 deve se repetir em outros estados do Brasil e, no dia 5, um grupo de magistrados de diversos locais do país vai a Brasília, onde será feita uma mobilização nacional. “Vamos a Brasília para firmar posição. A despeito do corte orçamentário, os níveis de produtividade continuam aumentando. Houve a crise, e a Justiça do Trabalho bateu recorde de revisamento de ações. Nossa produtividade continua aumentando”, acrescentou o presidente da Amatra.

As queixas dos magistrados recaem, ainda, sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/2016, que congela o Orçamento da União por 20 anos, gerando perdas orçamentárias para esse setor. Outro ponto criticado fortemente pelo grupo é a Lei de Abuso de Autoridade (PSL 280/2016) em discussão no Congresso, que amplia para os agentes públicos a figura de crime de abuso de autoridade. “Renan (Calheiros) está apresentando um PLS (Projeto de Lei do Senado) que estabelece vários crimes de abuso de autoridade, com caráter intimidatório, num claro intuito de limitar as investigações feitas pelo Ministério Público e pelos juízes. Então a gente está com essa ideia de fazer a mobilização também para denunciar isso”, explicou José Adelmy.

De acordo com ele, já existem leis que versam sobre o assunto, sendo necessária somente a fiscalização delas. Ele explica que o projeto proposto por Renan tem cerca de 30 artigos, sendo voltado, em maior parte, para a jurisdição penal, mas com consequências para a Justiça Civil. “Tem, por exemplo, o tema que fala sobre sigilo bancário, situações de audiência como advertir ou admoestar uma testemunha para dizer a verdade. Já existe uma lei de abuso de autoridade, mas ela está sendo ampliada claramente para podar a liberdade investigativa do Ministério Público e da Magistratura”, completou.

Fonte: DIÁRIO DE PERNAMBUCO   28 de setembro 2016   03h00m  
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE   28.09.2016  13h06m

terça-feira, 20 de setembro de 2016

QUATRO ANTIBIÓTICOS SÃO SUSPENSOS NO BRASIL



A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu nesta terça-feira todos os lotes do medicamento Amoxicilina + Clavulanato de Potássio, comprimidos 875 mg + 152 mg, fabricados pelas empresas Germed Farmacêutica LTDA, Legrand Pharma Industria Farmacêutica e pela E.M.S. S/A, e o medicamento Policlavumoxil, fabricado pela Germed Farmacêutica Ltda.

A decisão foi motivada pela ausência de estudos de bioequivalência nas formulações dos produtos, conforme é exigido pela legislação. A resolução RE 2.544/16 foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), desta terça-feira e vigorará pelo prazo de noventa dias.

A bioequivalência consiste na demonstração de equivalência farmacêutica entre produtos apresentados sob a mesma forma farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípio ativo, e que tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo desenho experimental.



Fonte: MSN   16 de setembro 2016     
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE   20.09.2016  16h34m
A EMPRESA É RESPONSÁVEL PELOS DANOS CAUSADOS AO VEÍCULO PARTICULAR DO EMPREGADO?






Blog do SINPROCAPE   20.09.2016  11h24m

domingo, 18 de setembro de 2016

SÉRGIO BATALHA: "DIZER QUE FLEXIBILIZAR A CLT AUMENTA O EMPREGO NÃO TEM LÓGICA"

Para advogado, o Brasil tem um grande número de processos porque "o empresariado tem a cultura de desrespeitar direitos"
Rute Pina

O argumento de que a reforma trabalhista e a flexibilização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) aumentariam o número de empregos "não tem lógica econômica". A análise é do advogado Sérgio Batalha, que advoga na área trabalhista há mais de 30 anos.
Segundo ele, um maior número de postos de trabalho está intrinsecamente ligado ao crescimento da produção econômica e ao poder de consumo. As experiências de recentes de reformas nesta área em outros países mostram, na verdade, o crescimento do desemprego.

Para ele, a flexibilização da legislação que protege os trabalhadores brasileiros desde 1943 é, na verdade, estratégia para aumentar a margem de lucro das empresas em um momento de recessão econômica. "O que se chama de 'flexibilizar direito' é retirar ou reduzir alguma coisa do trabalhador. Não tem mágica", disse.

Do Rio de Janeiro, Batalha concedeu entrevista ao Brasil de Fato por telefone e afirmou que a demanda para a redução dos direitos trabalhistas é dos setores mais atrasados do empresariado. Para ele, a legislação brasileira não é extravagante e está compatível com a de outros países na América Latina e Europa.

Batalha diz que o patronato anseia pela proposta do "negociado sobre o legislado", que respeita a prevalência das negociações em detrimento da lei, para extrair vantagens da falta de representatividade de alguns sindicatos no Brasil.

Já os anúncios parcelados do governo não eleito de Michel Temer são acenos a grupos que apoiaram o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Confira abaixo a entrevista completa:

A reforma trabalhista é defendida pelo governo Temer com o intuito de "manter empregos". A flexibilização realmente garante o aumento de postos de trabalho?

Sérgio Batalha: Isso não tem lógica econômica. Também é uma falácia que a CLT é de 1940 e que não mudou nada desde aquela época. Em 30 anos como advogado trabalhista, já vi muitas alterações. É uma falácia porque 70% da CLT foi modificada desde 1943, quando ela foi promulgada.

O que realmente cria emprego é produção econômica. Por exemplo, você tem uma padaria e precisa de cinco funcionários para produzir mil pães por dia. Se ficar mais barato pagar o custo da mão de obra destes cinco empregados, com essa diferença você não vai contratar um funcionário a mais para ficar fazendo nada se você só vende 1 mil pães. E, hipoteticamente, se você gastava R$ 10 mil com a mão de obra e passa a gastar R$ 8 mil, você vai incorporar este lucro excedente.

Precisamos discutir abertamente o que se pretende a reforma. A primeira coisa que se estranha é que não vemos nenhum trabalhador nem sindicato pedindo reforma da CLT. Só o empresariado. E o governo agora está encaminhando essa intenção. É evidente que quem tem interesse na reforma é o empresariado. Isso não é dito, mas é óbvio.

O empresariado quer a reforma basicamente porque, no momento de recessão, ele quer aproveitar para reduzir o custo da mão de obra, garantir o aumento da margem de lucro e a manutenção da receita mesmo com a queda da produção. O que se chama de 'flexibilizar direito' é retirar ou reduzir alguma coisa do trabalhador. Não tem mágica. A outra opção seria reduzir tributos em cima da folha. E isso o governo não vai fazer. Ao contrário, disse que vai rever algumas desonerações.

Para te dar um dado mais objetivo: após a reforma trabalhista na Espanha [em fevereiro de 2012], não houve criação de emprego. Na verdade, houve um aumento do desemprego [a taxa era 23,5% em fevereiro de 2012 e, em agosto deste ano, 20%, após um pico de 26,3% em fevereiro de 2013]. Historicamente, onde se fez reforma trabalhista e se reduziu alguns direitos, não houve redução de desemprego.

Na minha visão, se você reduzir o 13º salário, o pagamento das férias, permitir mais trabalho sem pagamento de horas extras, a tendência é a redução de consumo. Você tira da massa salarial, e isso tem um efeito recessivo na economia.

Basta fazer uma projeção simples: imagina o que seria do comércio se o 13º acabasse? Seria um desastre. Acho que os próprios comerciantes, após o primeiro ano, iam ficar desesperados e implorar para o governo voltar com o 13º, porque o impacto seria catastrófico.

Quem é pró-reforma argumenta que as leis são rígidas e impedem o crescimento econômico da indústria, por isso a modernização ela seria necessária…

Primeiro, eles usam conceitos muito subjetivos. "Rígido", "paternalista"… Rígido é o que eles gostariam de flexibilizar. Depois de algum tempo, eles abrem nas entrelinhas: "Nós gostaríamos que a negociação coletiva prevalecesse sobre a legislação".

É uma discussão complicada. O que se quer é fazer com que a negociação coletiva prevaleça sobre a legislação, sem que se tenha uma estrutura sindical compatível com isso. No Brasil, o sindicato representa toda categoria, independentemente do número de associados que ele tenha. Então, pode existir um sindicato dos comerciários que tenha mil sócios, sendo que são 500 mil comerciários no Rio de Janeiro, por exemplo.

Pelo sistema atual, [a diretoria eleita] só representa esses trabalhadores, numa negociação coletiva, para receber benefícios. Então, o sistema, quando ele foi bolado no período do Vargas, tinha certo equilíbrio. Não que eu goste dele. Ele tem um equilíbrio porque há uma baixa representatividade do sindicato, quase que uma ilegitimidade em falar em nome de todos os trabalhadores, mas esse sindicato só pode te trazer benefícios, não pode prejudicar.

Agora, imagine dar a este mesmo sindicato o poder de transacionar todos os direitos legais do empregado. É uma situação absurda! No Chile, onde você tem um contrato coletivo, o sindicato só representa os associados. Então, na verdade, a empresa vai ter que negociar com um sindicato forte que tem a maioria dos empregados como associados. E, evidentemente, a negociação se dá em outro patamar, porque aquela diretoria vai ser muito pressionada por aqueles associados. Se ela desagradar, eles não serão reeleitos.

É pela falta de representatividade ser a regra no Brasil e por um sindicato muito representativo e conectado com a categoria ser exceção que o empresariado quer essa negociação coletiva. Por isso o patronato está querendo tanto essa ampla negociação. Eles esperam extrair vantagens dessa falta de representatividade dos sindicatos.

Não é uma forma justa de modificar a legislação trabalhista. Eu acho que isso é uma forma até maliciosa. Para mexer na estrutura sindical e criar uma ampla negociação, um contrato coletivo que prevaleça sobre garantias mínimas legais, teria que mexer em toda estrutura sindical e garantir um sindicato representativo da categoria.

A negociação coletiva existe e é livre. O que acontece é que existe um mínimo de garantias legais.

Outra bobagem que o governo falou: "quero legalizar a jornada 12x36, eu quero poder garantir a compensação durante a semana". Ora, isso já existe. Várias convenções coletivas são aceitas. Não é verdade que as empresas não consigam. Inclusive, a legislação de banco de horas já vigora no Brasil. Então, o que mais que se quer? O governo e o empresariado não estão sendo transparentes.

Essa é uma das questões. A reforma realmente vai oficializar práticas que já existem?

Um dos problemas da discussão da reforma, enquanto o projeto não é enviado para o Congresso, é que o governo e o patronato não dizem objetivamente o que querem. Se um empregado trabalha 12 horas por dia e a jornada dele é 8 horas, você paga as 4 horas extras e esse empregado não tem direito nenhum em relação a você.

Eu não acredito que se esteja fazendo tanto barulho sobre a reforma trabalhista para se modificar um detalhe como admitir que se possa chegar a 12 horas em vez das 10 horas que são previstas hoje na CLT. Se for isso, não há drama. Mas eu acho que há a pretensão de se avançar sobre outros direitos.

Dá vontade de questionar a FIESP, que não é uma entidade de juristas nem de uma academia do Direito do Trabalho, ou seja, não querem modificar a CLT para aperfeiçoar a legislação. Não precisa ser nenhum gênio pra perceber que o interesse é retirar direitos dos trabalhadores, gastar menos com a mão de obra.

Só em 2015, foram recebidos nas varas trabalhistas mais de 2,6 milhões de processos. O maior número já registrado. Que relação se pode fazer destes dados com o andamento da reforma?

O aumento dos processos trabalhistas tem relação provável com o aumento das demissões. Há processos quando há demissões. Só quando o empregado é dispensado que ele procura a Justiça do Trabalho, porque se ele reclamar trabalhando, ele é demitido. Eu acho que o aumento de processos tem a ver com o processo de demissões em 2015.

O empresariado diz que "há muitos processos porque a legislação brasileira é protetiva, complicada e isso gera muitas interpretações". Mas, na verdade, isso não é fato. A legislação brasileira é muito similar, em vários aspectos, ao que se tem em todos os países latino-americanos. Claro que há pequenas variações de país para país, mas são regras absolutamente comuns na América Latina toda.

Os EUA, sim, têm um sistema extravagante relação ao mundo. Não é o Brasil que está diferente. Alemanha, França, Portugal e Itália têm legislações trabalhistas até mais rigorosas que a do Brasil. Por exemplo, na França, não há a possibilidade da dispensa sem motivação. Para se demitir um empregado você tem que ter, não exatamente a justa causa brasileira, mas uma motivação técnica ou econômica, além de uma eventual indisciplina.

O Brasil tem um grande número de processos trabalhistas porque o empresariado brasileiro tem uma cultura, infelizmente, de descumprir a legislação trabalhista. Isso é um fato. Eu sou advogado há muitos anos e posso afirmar o seguinte: quando o empregador é correto, cumpre a legislação trabalhista, ele tem muito menos processos do que o empregador que não cumpre.

Na Justiça do Trabalho, de 60% a 80% dos processos trabalhistas são questões elementares de descumprimento da legislação trabalhista, como a não anotação da carteira, não pagar verba rescisória, não pagar hora extra…

Qual seria o impacto da possibilidade de se terceirizar as atividades-fim?

Aí sim haverá uma explosão de processos na Justiça do Trabalho. A terceirização das atividades-fim levará a uma precarização da mão de obra. Essas empresas prestadoras normalmente não têm sequer idoneidade financeira. Muitas vezes são montadas quase como um negócio de oportunidade. Muitas vezes, elas quebram e não pagam as verbas rescisórias dos seus prestadores de serviços. E, obviamente, geram demandas da Justiça de Trabalho.

No governo FHC, houve uma tentativa de dar um "liberou geral" na terceirização, que foram as cooperativas. Ele fez uma alteração na CLT até hoje está lá. Ela dizia que o trabalho de cooperativa não tinha vínculo de emprego. A ideia era efetivamente cortar custos. Isso foi feito por várias empresas e gerou uma experiência histórica, uma avalanche de processos. O resultado foi ruim até para as próprias empresas. Pode ver que hoje em dia já não se fala mais em cooperativa de trabalho.

Agora, a nova onda é a terceirização. A ideia é encontrar uma forma de precarizar e reduzir o custo com a mão de obra. Mas por que o terceirizado é melhor que o efetivo? Não tem lógica isso. Por que você teria algum ganho de produção ao se terceirizar sua atividade-fim? A única explicação é que é bom para o empresário, que contrata um empregado mais barato.

E sobre os novos modelos de trabalho que poderão ser propostos, o parcial e o intermitente… Dá para prever as consequências disso?

É difícil adiantar alguma coisa porque, mais um vez, o governo não disse claramente o que ele pretende. Pagamento por hora de trabalho já existe e tem legislação que prevê isso. Não é muito comum, mas há previsão de pagamento por hora. Professor, por exemplo, recebe por hora-aula.

Se fala também em uma suposta remuneração de produtividade, mas [o governo] tem que explicar o que é isso. Na minha avaliação, este tipo de modelo é também uma tentativa de reduzir custo com mão de obra.

Postos de emprego são criados por produção. Não conheço ninguém que vai contratar um empregado a mais só porque é barato. Para o empresário, com raras exceções, isso não é tão interessante. Se ele precisa do empregado, precisa em tempo integral. São raros os casos em que ele vai precisar dos empregados pontualmente. O governo tem que explicitar melhor qual a intenção dele nesse ponto…

Os anúncios do governo, sem dar muitos detalhes, e em muitos casos recuando depois, parece uma tentativa de sentir como a população vai receber as medidas…

Esse governo veio com alguns apoios de setores de empresariados mais conservadores, como a Fiesp. E esse pessoal está cobrando que se atenda a determinadas pautas. Uma delas é a reforma trabalhista. O governo, então, quer acenar em alguns momentos para o empresariado e divulga algumas coisas. O problema é que divulga genericamente, sabendo que a ideia de cortar direitos trabalhistas é muito impopular.

Essa discussão existiu na última eleição presidencial e foi até uma das razões da vitória da presidente [Dilma Rousseff]. Ela defendeu que não reduziria a jornada, enquanto Aécio tinha um discurso mais dúbio. Ou seja, já havia na população uma percepção ruim.

Um jornal publicou uma notícia engraçada esta semana porque parece que ele entrevistou o [Celso] Russomanno, candidato a prefeito em São Paulo, e indagaram a opinião dele sobre a reforma trabalhista. Ele teria dito, até com uma franqueza excessiva, "olha eu não posso responder em época de campanha porque vou perder voto por isso". O mesmo acontece com o governo que não quer revelar o que ele pretende fazer claramente. Por isso, esses recuos, esses anúncios parciais.

Me parece que estão tentando disfarçar o pacote. O governo está apostando na possibilidade de o empresariado retirar direitos por meio de norma coletiva e não simplesmente acabar com eles. Por isso, a linguagem dúbia.

Por fim, qual o perfil de trabalhador que poderá ser mais afetado pela adoção dessas medidas?

Eu acredito que as categorias mais afetadas são as dos setores que têm uma utilização de mão de obra mais intensa, porque impacta mais a curto prazo para o empresário. Em algumas categorias, em que você precisa ter uma mão de obra muito qualificada e que utilizam menos gente, o próprio empresário não tem interesse em terceirizar ou precarizar muito, com a preocupação de uma queda na qualidade da produção dele, que pode ter um impacto ruim sobre as vendas.

Talvez algumas indústrias, como a construção civil e outras em que se usa muita mão de obra sem tanta preocupação com a qualidade e a formação dela. Normalmente esses setores acabam sendo mais fragilizados e submetidos a essas terceirizações.

Eu até costumo dizer que esse tipo de demanda para redução dos direitos trabalhistas é de setores mais atrasados do empresariado. Geralmente, os setores de ponta da economia não têm muito essa demanda. Eles gostariam de ter regras mais flexíveis, claro. Mas geralmente para coisas muito pontuais, como uma negociação com o executivo. Mas não é um aspecto decisivo para eles.

Setores mais atrasados do empresariado, que não são tão de ponta, é que geralmente têm essa cultura de querer reduzir o custo da mão de obra para ter um "ganhozinho" marginal.


Fonte: BRASIL DE FATO   16 de setembro 2016  20h22m   
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE   19.09.2016  12h13m

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

CONHEÇA O PROPAGANDISTA

O SINPROCAPE está promovendo nos consultórios, a distribuição de um informativo dirigido aos pacientes e acompanhantes, que visa esclarecer a importância do Propagandista Vendedor para os médicos e para a sociedade.

Ao entrar no consultório, o Propagandista leva à classe médica uma gama de conhecimentos relacionados às recentes pesquisas e avanços nas prevenções e tratamentos das doenças, consequentemente um benefício para médicos e pacientes. 
O Propagandista é o elo essencial para a atualização do médico, sem a presença do Propagandista seria impossível levar conhecimento de uma forma esclarecedora, ainda que, tenhamos hoje outros meios de divulgação, nada substituirá a presença física do Propagandista, pois não se descobriu meio mais eficaz para levar as novidades da indústria farmacêutica à classe médica, que de forma humana e mais próxima presta um serviço essencial para prolongar ou melhorar a qualidade de vida dos pacientes.



O Propagandista de produtos farmacêuticos é verdadeiramente antes de tudo um “Propagandista da Saúde”.





Blog do SINPROCAPE   09.09.2016  10h03m
REFORMA DE TEMER PREVÊ JORNADA DE 12 HORAS 
A reforma trabalhista que será proposta pelo governo do presidente Michel Temer aumenta de 8 horas para 12 horas a jornada de trabalho diária, já considerando as horas extras; o limite semanal, no entanto, continuará de 48 horas; a informação foi dada nesta quinta (8) pelo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, em encontro com sindicalistas; o governo também vai sugerir a permissão para que sejam feitas contratações por hora trabalhada; a proposta será encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional até o fim deste ano




A reforma trabalhista que está sendo desenhada pelo governo do presidente Michel Temer vai propor o aumento de 8 horas para 12 horas, o máximo permitido para a jornada de trabalho diária, já considerando as horas extras. O limite semanal, no entanto, continuará de 48 horas.
A informação foi dada nesta quinta-feira (8) pelo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, em encontro com sindicalistas. 
O governo também vai sugerir a permissão para que sejam feitas contratações por hora trabalhada. Nesse caso, o mesmo trabalhador poderá prestar serviço a mais de uma empresa, mas não poderá ultrapassar o limite de 48 horas semanais de trabalho.
A proposta de reforma trabalhista será encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional até o fim deste ano.
"Nós vamos ter dois outros tipos de contrato. Por jornada [modelo atual], por hora trabalhada e por produtividade", afirmou Nogueira durante reunião da executiva nacional da Central dos Sindicatos Brasileiros, em Brasília.
De acordo com o ministro, no caso do contrato por horas trabalhadas haverá pagamento proporcional do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), férias e décimo terceiro salário.
Para justificar as propostas, ele apontou que há pessoas que não conseguem trabalhar oito horas por dia, ou seja, no formato atual. "Porque o Estado vai por um jugo em todo cidadão brasileiro, que todos tem de ter um único regime? Tem de ser formalizado para fornecer atividade com garantias de ocupação com renda e que seja feliz. De repente a minha felicidade não é a felicidade do outro", disse.
Nogueira afirmou que o Ministério do Trabalho vai fornecer o modelo do contrato no regime por hora trabalhada. "Com esse modelo, vamos tirar o intermediário da relação do contrato de trabalho. Vamos conseguir estabelecer um modelo onde traga segurança jurídica para o tomador direto com o cidadão", acrescentou.
O contrato por produtividade, informou o ministro, poderá valer, por exemplo, para médicos, que seriam pagos por "procedimentos". "Não vai tirar direitos. Você acredita que um médico, que tem um contrato com um hospital, de uma jornada diária de oito horas, ele trabalha essas oito horas em um único hospital?", questionou.
Ronaldo Nogueira voltou a dizer que não há "nenhuma hipótese" de o governo propor mudanças no FGTS, no pagamento do décimo terceiro e nas férias.



Fonte: BRASIL 247   08 de setembro 2016  19h19m   
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE   09.09.2016  08h09m

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

TEMER QUER REDUZIR JORNADA MÍNIMA E PAGAMENTO DE DIREITOS TRABALHISTAS
Reforma trabalhista em construção pelo governo Temer proporá uma redução da jornada mínima obrigatória pela CLT; ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, disse ainda que os pagamentos dos direitos trabalhistas, como férias e décimo terceiro, também serão reduzidos proporcionalmente ao estipulado em contrato; segundo ele, a intenção é respeitar acordos acertados "pela respectiva categoria na negociação coletiva", levando em conta "questões sazonais do mercado de trabalho"




A reforma trabalhista em construção pelo governo Temer proporá uma redução da jornada mínima obrigatória pela CLT. A mudança será efetivada através da assinatura de contratos atrelados ao número de horas trabalhadas, negociadas via sindicatos.
Em entrevista ao jornal O Globo, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, disse que os pagamentos dos direitos trabalhistas, como férias e décimo terceiro, também serão reduzidos proporcionalmente ao estipulado em contrato.
Segundo ele, a intenção é respeitar acordos acertados "pela respectiva categoria na negociação coletiva", levando em conta "questões sazonais do mercado de trabalho".
Conforme noticiado anteriormente, Temer prevê a criação de dois novos tipos de contratos de trabalho. O parcial, que definiria datas e horários para o trabalho previamente, e o intermitente, onde o trabalhador seria chamado sob demanda para serviços específicos.
O texto da reforma, que deve ser enviado ao Congresso até dezembro, também prevê a criação de um conselho autorregulador para os sindicatos, cujos integrantes seriam representantes tanto do governo quanto da classe trabalhista. Segundo O Globo, o objetivo é fixar uma unidade sindical por base territorial.
Com este formato, a proposta pode sofrer críticas tanto pelo lado dos trabalhadores, que pressionam contra a perda de direitos, como por empresários, que querem ainda mais flexibilização.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) enviou 12 propostas trabalhistas ao governo, entre elas o pedido para que negociações pessoais entre empresa e funcionário se sobreponham à lei em determinados casos e a regulamentação da terceirização.
Pela legislação atual, só se permite jornadas menores que 44 horas semanais em contratos temporários de três meses ou em contratações parciais de 25 horas semanais. A segunda opção não é muito popular entre os empresários, que a consideram muito engessada.
O planalto afirma que a proposta de reforma visa a criação de novos empregos, tendo em vista que dados da Pnad Contínua em julho mostraram que o trimestre teve maior taxa de desemprego da série histórica, iniciada em 2012. No segundo trimestre, a taxa chegou a 11,3%.



Fonte: BRASIL 247   08 de setembro 2016  12h19m   
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE   09.09.2016  16h07m

terça-feira, 6 de setembro de 2016

MEDIDAS ANUNCIADAS SÃO TODAS DE PERDAS PARA OS TRABALHADORES, DIZEM ESPECIALISTAS
Flexibilização das leis trabalhistas, terceirização e corte em gastos sociais devem ter efeito contrário e agravar a recessão econômica


São Paulo – Para superar a crise econômica, o governo Michel Temer tem defendido medidas de ajuste radical, como a PEC 241, que limita os gastos públicos por 20 anos, e a flexibilização das leis trabalhistas, com a ampliação da terceirização para todas as atividades, proposta já aprovada na Câmara e agora em análise no Senado. Especialistas contestam: "As medidas anunciadas são todas de perdas para os trabalhadores", afirma Patrícia Palatieri, coordenadora de pesquisas do Dieese.

Sobre a PEC 241, a economista afirma que a proposta coloca em xeque conquistas da Constituição Federal de 1988, que estabeleceu percentuais mínimos de investimento em Saúde – 13,2% para a União, 12% para governos estaduais e distrital e 15% para municípios – e Educação – 18% para a União e 25% para estados e municípios.
"A PEC 241 é muito complicada porque, inclusive, mexe com o aquilo que foram conquistas da Constituição de 1988, que é vincular um percentual do PIB como gastos em educação e saúde. Ao limitar, você está mexendo nesse mecanismo e deixando mais dinheiro livre para o governo federal fazer aquilo o que quiser", analisa a coordenadora do Dieese, em entrevista à repórter Michelle Gomes, para o Seu Jornal, da TVT.




Sobre a proposta de ampliação da terceirização, Patrícia diz que sempre foi utilizada como ajuste para as empresas ganharem mais, ou então, deixarem de perder. "O nosso histórico não é bom de terceirização."

Para o professor de pós-graduação em economia na PUC-SP Ladislaw Dowbor, a saída da crise não está na retirada de direitos dos trabalhadores, mas, sim, no fim do privilégio do setor financeiro, que se beneficia das altas taxas de juros.
"O governo tem uma tática muito simples. ‘Não vamos mexer nos bancos, no rentismo, no lucro dos que aplicam em papéis e não produzem, e vamos puxar mais dinheiro do andar de baixo da economia’. Vão pegar a Previdência, vão pegar o salário mínimo, as políticas sociais, o que já é tradicional da direita, que é fazer o povo pagar", afirma Dowbor.
Ele também contesta o discurso defendido pelo governo, e aponta outros fatores que colocam o desenvolvimento do país em risco. "A grande legitimidade que esse governo tenta buscar é que ele estaria vindo remediar uma crise criada por Dilma, o que simplesmente é falso, porque o travamento se deve a um sistema absolutamente escorchante (exorbitante) de juros que endividou as famílias, e se travou o investimento público ao manter a taxa Selic extremamente elevada que transferiu, em 2015, 500 bilhões de reais do governo e das políticas sociais e transferem para os intermediários financeiros. Isso é inviável", analisa o professor.



Fonte:  REDE BRASIL ATUAL   05 de setembro 2016  10h27m   
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE   06.09.2016  05h32m