BRASIL
REDUZ FOME À METADE E CUMPRE META AS ONU
Relatório divulgado hoje pela Organização das
Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), presidida pelo
brasileiro José Graziano da Silva, aponta que o número de pessoas
subnutridas diminuiu em mais de 100 milhões na última década; redução da fome
nos países em desenvolvimento significa que a meta dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODM) de diminuir à metade a proporção de pessoas
subnutridas até 2015 pode ser alcançado "se apropriados e imediatos
esforços forem intensificados"; até o momento, 63 países atingiram o
objetivo, entre eles o Brasil, que se tornou um dos sete estudos de caso da
ONU; Programa Fome Zero, diz documento, foi o que possibilitou o País a
atingir este ODM
por Ana Cristina Campos -
Repórter da Agência Brasil
Cerca de 805 milhões de pessoas no mundo, uma em cada nove,
sofrem de fome crônica no mundo, segundo o relatório O Estado da Insegurança
Alimentar no Mundo (Sofi 2014, na sigla em inglês), divulgado nesta terça-feira
16 em Roma, na Itália, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e
a Agricultura (FAO).
O estudo confirmou tendência
positiva observada nos últimos anos de redução da desnutrição mundialmente: o
número de pessoas subnutridas diminuiu em mais de 100 milhões na última década
e em mais de 200 milhões desde o período 1990-1992.
Segundo o documento, a redução
da fome nos países em desenvolvimento significa que a meta dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODM) de diminuir à metade a proporção de pessoas
subnutridas até 2015 pode ser alcançado "se apropriados e imediatos esforços
forem intensificados".
Até o momento, 63 países em
desenvolvimento alcançaram o objetivo, entre eles o Brasil, e outros seis estão
a caminho de consegui-lo até 2015. O documento incluiu este ano sete estudos de
casos, entre eles o Brasil. De acordo com o levantamento, o Programa Fome Zero,
que colocou a segurança alimentar no centro da agenda política, foi o que
possibilitou o país a atingir este ODM. O estudo também destaca os programas de
erradicação da extrema pobreza, a agricultura familiar e as redes de proteção
social como medidas de inclusão social no Brasil
O relatório é uma publicação
conjunta da FAO, do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e do Fundo
Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida).
"Isto prova que podemos
ganhar a guerra contra a fome e devemos inspirar os países a seguir adiante,
com a ajuda da comunidade internacional se for necessário", dizem, no
relatório, o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, o
presidente do Fida, Kanayo Nwanze, e a diretora executiva do PMA, Ertharin
Cousin. Eles ressaltaram que "substancial e sustentável redução da fome é
possível com comprometimento político".
O documento ressaltou que o
acesso a alimentos melhorou significativamente em países que experimentaram
progresso econômico, especialmente no Leste e Sudeste da Ásia. O acesso à
comida também aumentou no Sul da Ásia e na América Latina, mas principalmente
em países que têm formas de proteção social, incluídos os pobres no campo,
segundo o estudo.
No entanto, o relatório apontou
que apesar do progresso significativo geral, ainda persistem várias regiões que
ficaram atrás. Na África Subsaariana, mais de uma em cada quatro pessoas
continua com fome crônica. A Ásia abriga a maioria dos famintos – 526 milhões
de pessoas. A América Latina e o Caribe são as regiões que fizeram os maiores
avanços na segurança alimentar.
Como o número de pessoas
subnutridas permanece alto, os chefes das agências reforçaram a necessidade de
renovar o compromisso político para combater a fome por meio de ações concretas
e encorajam o cumprimento do acordo alcançado na cúpula da União Africana, em
junho, de acabar com a fome no continente até 2025.
Os líderes das organizações
destacaram que a insegurança alimentar e a desnutrição são problemas complexos que
devem ser resolvidos de maneira coordenada e apelam aos governos para trabalhar
em estreita colaboração com o setor privado e a sociedade civil.
O relatório reforça que a
erradicação da fome requer o estabelecimento de um ambiente propício e um
enfoque integrado, que incluam investimentos públicos e privados para aumentar
a produtividade agrícola, o acesso à terra, aos serviços, às tecnologias e aos
mercados, além de medidas para promover o desenvolvimento rural e a proteção
social dos mais vulneráveis.
BRASIL 247 16 de setembro de 2014 09:32
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 16.09.2014 13h16m
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