PSB FOI ALERTADO SOBRE PROBLEMAS COM JATO (2)
PSB soube
da transação irregular de avião 2 dias após morte de Campos
por Luis Nassif
Jornal
GGN - Reportagem publicada pelo jornal O Globo nesta terça-feira (16)
aponta que o PSB de Marina Silva soube da transação irregular do avião que
levava Eduardo Campos e mais seis pessoas apenas dois dias após o acidente
fatal no litoral paulista, em 13 de agosto. O partido havia informado à
imprensa, em comunicado oficial, que ficou “alheio” à negociação de compra do
equipamento, que atravessa um imbróglio que pode prejudicar a prestação de
contas do PSB ao Tribunal Superior Eleitoral.
De acordo com o periódico, dois dias depois
da queda do jato Cessna, dirigentes pessebistas foram chamados a uma reunião
num hotel de São Paulo com Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Apolo Santana
Vieira e Luiz Piauhylino. Na ocasião, os empresários explicaram que a legenda
teria problemas para declarar as despesas com a aeronave ao TSE. O motivo
explicado era a “transação irregular”, segundo afirmou ao jornal um dos
participantes da reunião.
Os empresários teriam detalhado a dirigentes
do PSB que estavam pagando parcelas do jato comprado da AF Andrade, “mas que a
transferência da propriedade não estava concretizada porque a Cessna Finance
não tinha aprovado as garantias oferecidas por Lyra e Apolo. Com isso,
afirmaram, não seria uma tarefa fácil resolver as pendências relacionadas à
regularização da aeronave, e o partido deveria se preparar para enfrentar
questionamentos sobre a legalidade do uso do avião e da operação de compra”,
informa O Globo.
Duas semanas após o encontro, o PSB sustentou
que não tinha conhecimento dos detalhes da compra. O candidato a
vice-presidente ao lado de Marina Silva, Beto Albuquerque, chegou a dizer que a
sigla não deve satisfações sobre a transação irregular. Segundo ele, quando
você pega carona em um táxi, você não pergunta ao motorista se os documentos
estão todos em dia.
Ainda de acordo com a reportagem, Eduardo
Campos passou a ser cobrado pelo contrato de aluguel ou empréstimo da aeronave
quando o uso dela foi intensificado, já durante a campanha oficial. Há relatos
de uso do jato em maio, na pré-campaha. “Está tudo bem”, “está tudo sob
controle”, “fiquem tranquilos”, respondia sempre que abordado sobre o tema,
segundo relato de dirigentes do partido ao O Globo.
Após mais de um mês da tragédia que matou o
presidenciável, o PSB ainda não conseguiu resolver a questão. A aeronave não
foi declarada na segunda prestação parcial de contas de Eduardo Campos enviada
à Justiça Eleitoral no dia 3, nem na do comitê financeiro da campanha
presidencial. Marina disse que se tratava de “um empréstimo que seria
ressarcido pelo comitê financeiro”. Não ocorreu até agora.
Jornal GGN 16 de setembro de 2014 11:49
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 16.09.2014 14h16m
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