PML: GOLPE DE VEJA FORÇARÁ DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA
Tentativa canhestra e mal ensaiada de
interferir no processo democrático, com uma edição antecipada para tentar
solapar a soberania popular, exige que a presidente Dilma Rousseff discuta a
sério a democratização dos meios de comunicação em seu provável segundo
mandato, argumenta Paulo Moreira Leite, diretor do 247, em Brasília; "o
golpe da semana só fará aumentar o número de cidadãos e de instituições
convencidos de que a sobrevivência da democracia brasileira depende, entre
outras coisas, que se cumpra a legislação que regula o funcionamento econômico
da mídia", diz ele; atitude criminosa de Veja, a 48 horas de uma eleição,
merece resposta institucional
A tentativa criminosa da revista Veja de solapar a democracia
brasileira, a 48 horas do segundo turno da disputa presidencial, merece uma
resposta institucional: a democratização dos meios de comunicação no Brasil.
Quem argumenta é Paulo
Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília e ex-diretor de Veja – de um
tempo em que isso não envergonhava jornalistas.
No artigo "Uma farsa óbvia e mal ensaida", ele expõe
suas razões:
"O mais novo vazamento de
trechos dos múltiplos depoimentos do doleiro Alberto Yousseff expressa
uma tradição vergonhosa pela finalidade política, antidemocrática pela
substância. Não, meus amigos. Não se quer informar a população a partir
de dados confiáveis. Também não se quer contribuir com um único grama para se
avançar no esclarecimento de qualquer fato comprometedor na Petrobrás. Sequer o
advogado de Yousseff reconhece os termos do depoimento. Tampouco atesta sua
veracidade sobre a afirmação de que Lula e Dilma sabiam das “tenebrosas
transações” que ocorriam na empresa, o que está dito na capa da revista.
Para você ter uma ideia do
nível da barbaridade, basta saber que, logo no início, admite-se que só
muito mais tarde, através de uma investigação completa,que ninguém sabe quando
irá ocorrer, nem quando irá terminar, “se poderá ter certeza jurídica de
que as pessoas acusadas são culpadas.”
Não é só. Também se admite que
Yousseff “não apresentou provas do que disse.”
Precisa mais? Tem mais.
Não se ouviu o outro lado com a
atenção devida, nem se considerou os argumentos contrários com o cuidado
indispensável numa investigação isenta.
O que se quer é corromper a
eleição, através de um escândalo sob encomenda, uma farsa óbvia e mal ensaiada.
Insinua o que não pode dizer, fala o que não pode demonstrar, afirma o que não
conferiu nem pode comprovar."
importante: o "depoimento" do doleiro já foi desmentido
por seu próprio advogado (leia mais aqui).
Diante do crime eleitoral cometido pela revista Veja, que representa um
atentado à própria democracia, o que fazer? O único caminho é discutir, a
sério, a regulamentação dos meios de comunicação. Eis mais um trecho do texto
de Paulo Moreira Leite:
"Com esse comportamento, a
mídia brasileira prepara o caminho de sua destruição na forma que existe hoje.
Como se não bastasse os números vergonhosos do Manchetômetro, que
demonstram uma postura parcial e tendenciosa, o golpe da semana só fará
aumentar o número de cidadãos e de instituições convencidos de que a
sobrevivência da democracia brasileira depende, entre outras coisas, que se
cumpra a legislação que regula o funcionamento econômico da mídia. Está claro
que este será um debate urgente a partir de 2015."
BRASIL 247 24 de outubro de 2014 10:02
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 24.10.2014 11h30m
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