LULA COBRA PROVAS CONTRA PT: ‘ESTOU DE SACO
CHEIO’
Ex-presidente Lula reagiu às acusações do
ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef de que
o PT seria um dos beneficiados pelo superfaturamento de empreiteiras com a
estatal: "Toda eleição é a mesma história. Eles começam a levantar
denúncias e, com denúncias, não precisam provar nada, só insinuar. Acusação de
corrupção não pode abaixar cabeça de petista. Já estou de saco cheio";
quanto às recentes declarações de FHC, disse que "votar na Dilma é
botar fim no preconceito da elite": "Nós que precisamos dela para não
haver retrocesso. O que deixa eles mais nervosos é que fizemos mais pela
educação em 12 anos do que eles em cem"
SÃO PAULO (Reuters) - O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que as
denúncias de corrupção não podem abaixar a cabeça dos petistas, após a
divulgação dos áudios dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto
Costa e do doleiro Alberto Youssef detalhando um suposto esquema de corrupção
na estatal.
"Toda
eleição é a mesma história. Eles começam a levantar denúncias e, com denúncias,
não precisam provar nada, só insinuar. Acusação de corrupção não pode abaixar
cabeça de petista", disse o ex-presidente na quadra do sindicato dos
bancários no centro de São Paulo. "Toda eleição é a mesma coisa, já estou
de saco cheio", acrescentou.
Costa e
Youssef afirmaram em depoimentos à Justiça, no âmbito de um processo de delação
premiada, que "grandes empresas" eram contratadas pela Petrobras com
sobrepreço de, em média, 3 por cento, e que esses recursos eram repassados a
integrantes de PT, PP e PMDB. O doleiro e o ex-diretor também ficariam com
parte dos recursos.
Lula
também comentou declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do
PSDB, que afirmou que os eleitores do PT são menos informados. As declarações
de Fernando Henrique viraram tema do primeiro programa da presidente Dilma
Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, no segundo turno da campanha, em que
ela enfrenta o tucano Aécio Neves.
"É
cultura deles, não é pensamento só do Fernando Henrique. O que eles não sabem é
que quem não vota neles não é burro... O que esse povo não gosta é que pobre
agora anda de cabeça erguida", disparou Lula.
"Votar
na Dilma é botar fim no preconceito da elite", acrescentou. "Não é a
Dilma que quer ser candidata a presidente, nós que precisamos dela para não
haver retrocesso. O que deixa eles mais nervosos é que fizemos mais pela
educação em 12 anos do que eles em cem."
Ao
cumprimentar os candidatos derrotados do PT em São Paulo Alexandre Padilha, a
governador, e Eduardo Suplicy, ao Senado, Lula disse que o partido precisa
entender o que aconteceu de errado no Estado, onde o PT perdeu em regiões
historicamente ligadas ao partido.
"Precisamos
encarar esse problema de frente, temos história na periferia e no interior (de
São Paulo). Faltou política, debate com diferenciação", disse Lula.
"Não podemos admitir que um tucano nos chame de corruptos."
Pesquisas
Ibope e Datafolha divulgadas na noite desta quinta mostraram Aécio à frente de
Dilma na preferência do eleitorado. De acordo com os dois institutos, o tucano
tem 51 por cento dos votos válidos, contra 49 por cento da petista.
Lula
fez eco ao primeiro programa de Dilma no horário eleitoral obrigatório do
segundo turno, que foi transmitido na quadra dos bancários para os militantes
petistas, e lembrou os problemas enfrentados pela economia no período de
Fernando Henrique.
O
ex-presidente disse que as ideias tucanas quebraram o país três vezes e são
"travestidas de nova". Ele também afirmou que nos governos do PSDB o
Fundo Monetário Internacional (FMI) dava palpite na economia, o sistema
financeiro queria ganhar sem investir na produção, a educação era privilégio da
elite e o desemprego fazia parte da situação normal.
(Reportagem
de Vinicius Cherobino)
BRASIL 247 10 de outubro de 2014 05:20
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 10.10.2014 14h00m
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