PML: O
FASCISMO NOS ESPREITA NA RETA FINAL
Violência política se alastra pelo País, diz o
colunista Paulo Moreira Leite, lembrando as ameaças ao cadeirante Enio
Rodrigues, ao ator Gregório Duvivier e as agressões a militantes do PT, no Rio
de Janeiro; "A intolerância e o ódio cresceram no Brasil com uma
consequência inevitável de um movimento à criminalização da política e dos
políticos — em particular do Partido dos Trabalhadores", diz ele; outro
fator é a ascensão dos mais pobres; "O progresso social dos últimos anos
ajudou a criar ressentimento de camadas de cima que se vêem ameaçada — em seu
prestígio, mais do que por outra coisa – em função do progresso dos mais
pobres, essa multidão despossuída que na última década conseguiu retirar uma
fatia um pouco mais larga do bolo da riqueza do país"; leia a íntegra
Na reta final da sucessão presidencial, um neofascismo espreita o
Brasil. A avaliação é do colunista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em
Brasília.
"No Rio, o cronista Gustavo Duvivier passou a receber
diversos tipos de ameaça depois que publicou um texto onde deixou clara sua
preferência por Dilma", diz ele. "Agressores
avançaram sobre o escritor Enio Gonçalves Filho, blogueiro com momentos de boa
inspiração — e que é cadeirante — quando ele se dirigia ao Churrasco dos
Desinformados, na Praça Roosevelt. Enio se dirigia a um protesto para responder
ao comentário de Fernando Henrique Cardoso sobre a vantagem de Dilma nos
estados do Nordeste."
Outro alvo de intolerância, lembra PML, tem sido o programa Mais
Médicos. "Há outros componentes no Brasil de 2014. A referencia
sempre odiosa aos médicos cubanos que respondem pelo atendimento de brasileiros
que nossos doutores verde-amarelos não têm a menor disposição de atender,
revela o casamento do preconceito com um anticomunismo primitivo, herança viva
da ditadura de 1964. Permite ao fascismo recuperar o universo Ame-o ou
Deixe-o", afirma. "O progresso
social dos últimos anos ajudou a criar ressentimento de camadas de cima que se
vêem ameaçadas — em seu prestígio, mais do que por outra coisa – em função do
progresso dos mais pobres, essa multidão despossuída que na última década
conseguiu retirar uma fatia um pouco mais larga do bolo da riqueza do país."
No passado, processos semelhantes culminaram com a ruptura do
processo democrático. "Na década de
1950, poucas medidas de Getúlio Vargas despertaram o ódio de seus adversários
como a decisão de aumentar o salário mínimo em 100%. Pouco importava que esse
número se baseasse na inflação do período anterior, de inflação altíssima. A
questão é que, com um salário desses, um operário da construção civil poderia
ganhar o mesmo que um militar de baixa patente e outros funcionários públicos —
e isso era inaceitável num país onde o trabalho de um pedreiro era visto como a
herança da escravidão", afirma. "O
fim da história nós sabemos. Irá se repetir?"
BRASIL 247 18 de outubro de 2014 20:11
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 19.10.2014 04h51m
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