CRUVINEL:
OS CANDIDATOS PASSARAM DO PONTO
"Dilma poderia ter se poupado de dizer que
nunca dirigiu 'drogada e embriagada'. Passou do ponto", afirma a
jornalista Tereza Cruvinel, colunista do 247, em sua análise sobre o pugilato
de ontem, no SBT; no artigo, ela questiona também a resposta de Aécio às
acusações de nepotismo, quando acusou o irmão de Dilma, Igor Rousseff, de ter
recebido sem trabalhar na prefeitura de Belo Horizonte, e a tentativa de
distorcer uma fala da presidente sobre corrupção; na sua avaliação, nem Aécio,
nem Dilma fizeram o suficiente para conquistar novos votos; "Chamar Dilma
de mentirosa o tempo todo cola? Convence os indecisos? E dizer o tempo todo que
eles, os governos tucanos, nada fizeram, também cola? Fará sentido para os
indecisos?", questiona
Segundo
Tereza, "chatos e furiosos", os dois candidatos se repetiram, mas,
desta vez, passaram do ponto. "Em seu
conteúdo, o que o debate de hoje no SBT trouxe de novo em relação ao da Band
foi também na área do pugilato: Dilma contornando o alambrado para abordar o
fato de Aécio ter se recusado a soprar o bafômetro e levando uma descompostura
dele: 'tenha a coragem de fazer a pergunta diretamente'. Dilma poderia ter se
poupado de dizer que nunca dirigiu 'drogada e embriagada'. Passou do ponto.
Cada vez que um deles cruza a linha do debate civilizado, o outro sobe o tom na
próxima rodada e o nível cai mais um pouco", afirma.
Tereza Cruvinel também
questionou o posicionamento de Aécio em relação a Igor Rousseff, irmão da presidente,
e sua tentativa de distorcer uma fala dela, no debate anterior, sobre
corrupção.
"Outra novidade, vinda dele,
foi da mesma natureza. Tendo ouvido novamente a acusação de ter empregado
parentes em Minas, afirmou, e ela não contestou, que o irmão foi empregado da
prefeitura de Belo Horizonte na gestão de Fernando Pimentel mas não trabalhava.
E também aquela exploração do tropeço dela nas palavras. No debate da
Band, quem assistiu entendeu que Dilma se enrolou com as palavras ao afirmar
que 'ninguém está acima da corrupção' e que 'qualquer um pode cometer
corrupção'. Ela estava claramente querendo dizer que nenhum governante está
livre da ação de corruptos, que sempre poderá haver alguém cometendo ilícitos,
cabendo ao governante vigiar, investigar e punir", disse a jornalista.
"Mas Aécio cobrou dela uma explicação para estas palavras em sua acepção
linear. 'Então é isso que a senhora pensa, que qualquer um pode cometer
corrupção e fica por isso mesmo?'. Ou coisa assim. Apelação. Dilma poderia ter
reconhecido que se expressou mal e protestado contra a distorção das palavras.
Limitou-se a refazer o raciocínio do debate anterior, desta vez de modo
compreensível."
Em sua coluna, ela afirma ainda
que nem Aécio nem Dilma fizeram o bastante para conquistar novos votos. "Chamar Dilma de mentirosa o tempo todo cola? Convence os
indecisos? E dizer o tempo todo que eles, os governos tucanos, nada fizeram,
também cola? Fará sentido para os indecisos? Deste jeito, poderá haver
mesmo um grande contingente de eleitores decidindo na última hora, ao sabor do
humor do dia, e não da convicção."
BRASIL 247 17 de outubro de 2014 05:33
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 17.10.2014 11h19m
Nenhum comentário:
Postar um comentário