MENSALÃO PERNAMBUCANO: SUPERFATURAMENTO EM REFINARIA ABREU E LIMA CHEGOU
A 190%
Desbaratada pela PF, a quadrilha ligada a
coordenadores da campanha do tucano Aécio Neves em Pernambuco também montou um
esquema criminoso de superfaturamento nas obras da refinaria Abreu e Lima, em
Ipojuca. Entre os envolvidos estão o tesoureiro tucano Geraldo Cisneiros e o
ex-deputado federal pelo PSDB Bruno Rodrigues, agora no PSB
Capobianco: ex-braço direito de Marina Silva na mira da PF por conta de superfaturamento em pernambuco
O bando, segundo a PF, também desviou dinheiro dos
setores de educação, saúde, combustíveis, recursos humanos e empreendimentos no
Porto de Suape. Há, também indícios de fraudes financeiras na Fundação
Previdenciária do Estado (Fundepe).
O superfaturamento, de 190%, foi identificado pela
PF ao se confrontar informações do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do
Tribunal de Contas da União (TCU). A refinaria Abreu e Lima foi investigada
pela Operação Lava Jato da PF, que identificou a ação do ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Yousseff. “Há grande
discrepância entre o preço unitário desses serviços cobrado pelo consórcio e as
propostas dos demais licitantes”, afirma relatório da PF.
Isso porque, de acordo com o documento, enquanto o
vencedor estipulou em R$ 176,51 o valor do metro cúbico da areia lavada, a
média das outras propostas (apresentadas durante o processo de licitação) foi
de R$ 60,92 por metro cúbico – uma variação de R$ 20,98 a R$ 104,24 o metro
cúbico, informa a análise do caso.
Assim, os R$ 115,59 reais adicionais, acima do
valor das propostas oferecidas pelos concorrentes (R$ 60,92), representam quase
o dobro do valor real de mercado. Ou seja: foi pago três pelo que vale um.
Aprovações suspeitas – Apesar disso,
e da recomendação de que os administradores de Suape fossem condenados a
devolver os prejuízos causados aos cofres públicos, as contas do administrador
do porto, o ex-ministro Fernando Bezerra, do PSB, foram aprovadas. Houve apenas
algumas ressalvas pelo conselheiro do TCE João Campos, primo do ex-governador
Eduardo Campos – contrário ao voto do relator, pela ilegalidade da operação.
Os dois acórdãos, do TCU e TCE, também permitem identificar
benefícios aos braços financeiros dos então candidatos do PSB à Presidência,
Eduardo Campos e Marina Silva, nos contratos da Refinaria Abreu e Lima.
Uma das empresas contratadas, a Construcap, ao
preço de R$ 120 milhões, tem como sócio fundador Júlio Capobianco, pai de outro
acionista, o ambientalista João Paulo Ribeiro Capobianco. Este
último foi secretário Nacional de Biodiversidade e Florestas e Ambiente do
Ministério de Meio Ambiente, entre 2003 e 2008, durante a gestão Marina Silva,
no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ex-dirigente da WWF, uma das
organizações não governamentais mais poderosas do mundo, Capobianco também foi
coordenador de duas campanhas presidenciais de Marina, em 2010 e em 2014.
A campanha do PSB também recebeu doações da
Lidermac, empresa subcontratada por Capobianco, para prestar serviços nas obras
da refinaria.
Por Márcio Morais, da Agência PT de Notícia
PORTAL VERMELHO 18 de outubro de 2014 11:22
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 19.10.2014 16h13m
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