PARA ARMÍNIO, MINAS NÃO MERECIA INVESTIMENTOS
ESTRANGEIROS
Armínio Fraga, o banqueiro que o
ex-governador de Minas Gerais e candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves,
gostaria de ter como seu homem forte da economia se vencesse as eleições,
declarou que os investidores estrangeiros não deveriam levar dinheiro para
Minas. Foi no dia 1º de outubro de 1999. Armínio foi a Nova York, se reuniu com
investidores e desaconselhou investimentos em Minas.
Ele estava irritado porque o
governador de Minas, Itamar Franco, havia conseguido barrar um acordo que
entregava o controle da Cemig, a empresa de energia elétrica de Minas, a sócios
americanos. Na época, o governo tucano vendeu à empresa Southern Electric 32%
das ações da Cemig, uma das mais importantes empresas do setor no Brasil, pelo
preço mínimo de R$ 1,1 milhão. Eleito governador, Itamar considerou a venda
lesiva aos interesses de Minas e barrou na Justiça o acordo que dava o controle
da Cemig aos sócios privados.
Irritado com a defesa que Itamar fez dos interesses do Estado, Armínio foi a
Nova York pedir que os estrangeiros não investissem mais em Minas. Sua atitude
foi amplamente criticada no Brasil.
"O senhor Armínio Fraga ainda não se deu conta de que não pode pretender
representar no Brasil os interesses financeiros que tantos lucros lhe renderam
ao longo de sua vida de banqueiro no exterior", disse Itamar Franco em
nota à imprensa. Ele se referia ao fato de Armínio ter sido um dos homens
fortes do especulador George Soros, em Nova York.
A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) classificou as declarações
de Armínio de "absurdas, infelizes e despropositadas". O Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) repudiou "com
veemência" a posição de Armínio.
A questão que fica agora é como o eleitor pode acreditar que alguém que desejou
o pior para Minas Gerais e defendeu interesses de empresas americanas pode
falar em desenvolvimento para o Estado e para o Brasil?
Blog do SINPROCAPE 13.10.2014 10h58m
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