Já imaginou se nossa política externa fosse comandada por um time como Demétrio Magnoli, Reinaldo Azevedo e Arnaldo Jabor?
A única dúvida seria a de onde estariam nossas tropas na semana que vem.
Moe, Larry e Shemp não leram, não ouviram e mesmo assim não gostaram do discurso da presidente Dilma na ONU. Uma semana depois, o episódio ainda rende comentários.
Como ousam Dilma e o Itamaraty invocar a solução pacífica dos conflitos, enquanto os três patéticos pedem Capitão América e Rambo?
Esse princípio constitucional da política externa brasileira acabou virando, com a obtusa ajuda do Partido da Imprensa Golpista, mais um legado do petismo.
Se Azevedo, Magnoli e Jabor nos mostram que a história do Brasil realmente começou com Lula e Dilma, quem somos nós para discordar?
Os pistoleiros de nossa política externa acusaram Dilma de querer negociar com terroristas e até de reconhecer o Estado Islâmico - balas de festim do esforço concentrado para derrubar qualquer meia dúzia de votos da presidenta. Quanto vale esse esforço?
O mais intrigante é que os terroristas do Estado Islâmico têm sotaque britânico; usam armas do Ocidente; combatem, na Síria, o arqui-inimigo Bashar al-Assad; são adversários históricos dos xiitas iranianos.
Nos anos 1980, no velho Jornal Nacional, Paulo Francis e Cid Moreira davam pedagógicas lições diárias sobre o conflito entre Irã e Iraque.
Fomos adestrados a entender que, no mundo islâmico, os xiitas são os malvados, e os sunitas, os bacanas.
Até o PT chegou a ser apelidado de xiita, em homenagem aos malvados, claro.
O tempo passou e os bacanas deram origem à Al Qaeda e, "voilà", ao Estado Islâmico.
Realmente patético.
(*) Antonio Lassance é cientista político.
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