DILMA: “POVO NÃO QUER FANTASMAS DO PASSADO”
"Mais uma vez, o povo brasileiro me honrou
com a sua confiança", disse a presidente Dilma Rousseff, ao abrir seu
discurso; ela afirmou que esta foi "a sétima vitória do PT", citando
duas do ex-presidente Lula em 2002, duas em 2006 e as duas que ela própria teve
em 2010; Dilma disse ainda que compreendeu sua votação como um recado do povo: "O
povo brasileiro acaba de dizer, e temos certeza que vai dizer outra vez no dia
26 de outubro, que não quer os fantasmas do passado de volta, como a inflação,
o arrocho e o desemprego... Teremos novamente uma disputa com o PSDB, que
governou apenas para um terço da população, abandonando os que mais precisam"
Eram 21h50, quando a presidente
Dilma Rousseff fez seu discurso de agradecimento. "Mais uma vez, o povo
brasileiro me honrou com a sua confiança", disse ela.
Dilma
afirmou que esta foi "a sétima vitória do PT", citando duas do
ex-presidente Lula em 2002, duas em 2006 e as duas que ela própria teve em
2010.
A
presidente afirmou ainda que entendeu sua votação como um recado do povo
brasileiro. "Sinto-me como se deles (dos eleitores) eu tivesse recebido
uma mensagem, um recado simples, de que eu devo seguir em frente, que eu devo
continuar nessa luta, junto com cada um desses eleitores".
Ela
afirmou ainda que a luta do PT, dos partidos aliados e das centrais sindicais
será vitoriosa. "Esta é a luta dos construtores de futuro, que não
deixarão jamais o Brasil voltar para trás".
Ao
final do discurso, ela falou do ex-presidente Lula. "Também quero
agradecer meu querido amigo e líder, o presidente Lula. Sem o presidente Lula,
eu não teria realizado meu sonho de fazer um Brasil melhor", afirmou.
Leia a
matéria da Reuters sobre o assunto:
Por Jeferson Ribeiro
BRASÍLIA
(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff (PT) deu o tom de como
será sua campanha contra o tucano Aécio Neves no segundo turno da eleição
presidencial, ao afirmar que os brasileiros "não querem voltar aos
fantasmas do passado", em um discurso repleto de ataques ao governo do
PSDB de 1995 a 2002.
"(Temos)
ideias novas para a economia, controlando ainda mais a inflação, mas sem
produzir os chamados ajustes e as medidas impopulares, o arrocho salarial e o
desemprego que nós tivemos nos governos do PSDB", disse a presidente.
Dilma,
que tenta a reeleição, discursou por mais de 20 minutos após o resultado da
votação de domingo colocar ela e Aécio no segundo turno.
A
petista reafirmou ter entendido o desejo de mudança expresso nas manifestações
populares do ano passado e disse que, se reeleita, vai fazer "um segundo
governo muito melhor do que o primeiro".
Boa
parte do tempo de seu pronunciamento, contudo, foi usada para centrar fogo nos
tucanos.
"O
povo brasileiro acaba de dizer, e temos certeza que vai dizer outra vez no dia
26 de outubro, que não quer os fantasmas do passado de volta, como a inflação,
o arrocho e o desemprego... Teremos novamente uma disputa com o PSDB, que
governou apenas para um terço da população, abandonando os que mais
precisam", atacou Dilma.
"O
povo brasileiro não quer de volta aqueles que trouxeram o racionamento de
energia", prosseguiu a petista. "O povo brasileiro não quer... uma
inserção internacional subordinada, que se ajoelhava diante do FMI",
disparou.
Dilma
teve 41,6 por cento dos votos válidos, segundo dados do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE). Foi o pior desempenho do PT para um primeiro turno desde a
eleição de 1998 e o resultado mostrou uma liderança mais apertada do que
esperavam os petistas. Aécio ficou com quase 33,6 por cento dos votos válidos.
O
ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que a
votação de Dilma ficou dentro do esperado, mas que a força do tucano
surpreendeu. "Esperávamos uma votação menor do Aécio", disse ele.
Um
resultado que assustou uma fonte petista próxima ao ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva foi o do Estado de São Paulo. Aécio teve quase 10,2 milhões de
votos no maior colégio eleitoral do Brasil, contra os 5,9 milhões de Dilma.
CAMPANHA DE ATAQUES
O
pronunciamento de Dilma indicou que o PT usará contra Aécio os ataques duros
que no primeiro turno golpearam Marina Silva (PSB). A ex-senadora e
ambientalista chegou a representar uma ameaça real à presidente até que a
candidatura de Marina perdesse fôlego na reta final da campanha.
O
ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Miguel Rossetto, um dos coordenadores da
campanha petista, disse que o partido manterá a estratégia do primeiro turno na
propaganda eleitoral, mas negou que seja uma postura de ataques.
"Vamos
manter uma estratégia de afirmar a nossa história e nossas conquistas",
disse ele. "Por três vezes, o povo brasileiro, confrontado com essa
disputa de projetos, elegeu Dilma e elegeu Lula. Pela quarta vez, tenho
absoluta convicção que irá reeleger um projeto vitorioso que dá certo para o
país", acrescentou.
Apesar
da confiança de Rossetto, outros integrantes da campanha e aliados esperam uma
disputa muito difícil pela reeleição.
Uma
fonte da campanha de Dilma que falou sob condição de anonimato disse à Reuters
que a presidente terá muito trabalho para conseguir aumentar suas alianças nos
Estados e ampliar a vantagem no segundo turno.
A fonte
citou o Rio Grande do Sul e o Ceará, onde PT e PMDB se enfrentam no segundo
turno, o que tornará a relação com o maior aliado dos petistas ainda mais
difícil, e o Rio de Janeiro, onde os peemedebistas têm alianças informais com Aécio.
BUSCA DE APOIO
Uma
reunião com os partidos aliados e governadores aliados eleitos no primeiro
turno está agendada para terça-feira, com objetivo de fechar uma estratégia do
PT para o segundo turno.
Rossetto
disse que os petistas devem procurar ainda nesta semana o PSB e outros
partidos, além de movimentos sindicais e sociais, para um acordo no segundo
turno.
No
discurso, sem citar Marina, a presidente também abriu as portas para novos
acordos políticos. "Estamos abertos a receber todos aqueles que quiserem
nos apoiar de braços abertos", disse Dilma.
BRASIL 247 05 de outubro de 2014 22:39
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 06.10.2014 05h45m
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