PF PRENDE EX-DIRETOR DA
PETROBRAS E EMPREITEIROS
Preso ex-diretor de Serviços da estatal Renato
Duque; sétima fase da operação cumpre 85 mandados judiciais em cinco estados e
no Distrito Federal; "Entre os mandados de busca, 11 estão sendo
cumpridos em grandes empresas", informou a Polícia Federal, que já esteve
na Camargo Corrêa e atua na Odebrecht; prisões atingem donos e executivos de
algumas das maiores construtoras do País; agentes tentam prender lobista
Fernando Baiano, acusado de ser operador do PMDB na estatal; também foi
decretado o bloqueio de cerca de R$ 720 milhões em bens pertencentes a 36
investigados; todos os presos serão levados ainda nesta sexta-feira para a
superintendência da PF em Curitiba (PR)
Na sétima fase da Operação Lava
Jato, que investiga crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, a Polícia
Federal prendeu na manhã desta sexta-feira 14 o ex-diretor de Serviços da
Petrobras Renato Duque. Ele foi apontado em depoimentos feitos pelo também
ex-diretor Paulo Roberto Costa e outros dois executivos como beneficiário do
esquema de propina que ocorria na empresa.
Duque
comandou a diretoria de Serviços entre 2003 e 2012 e é acusado de ter repassado
percentuais dos contratos assinados pela estatal para o partido. Segundo Paulo
Roberto Costa, 3% do valor de cada contrato ficava com o partido. De acordo com
documento da própria Petrobras, a diretoria de Renato Duque foi responsável
pelas 12 licitações da obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Os
agentes cumprem ao todo 85 mandos de prisão em cinco estados, além do Distrito
Federal. Nesta fase da ação, 11 grandes empresas são alvo da PF, que já esteve
na construtora Camargo Corrêa, acusada de pagar suborno a ex-diretores da
Petrobras para fechar contratos com a companhia, e atua agora na Odebrecht,
onde cumpre mandados de busca e apreensão.
São
alvo desta fase da operação as companhias Camargo e Corrêa, OAS, Odebrechet,
UTC, Queiroz Galvão, Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Iesa Óleo e
Gás. Já foram presos nomes da cúpula de algumas construtoras, como o presidente
da Engevix, Cristiano Kok, e outros dois executivos da empresa – um deles está
no exterior; um diretor da Iesa Óleo e Gás e estão sendo realizadas buscas na
casa do presidente da empresa, assim como na casa do presidente da
UTC/Constran, Ricardo Pessoa. O vice-presidente da Mendes Júnior negocia a
prisão com a polícia.
A PF
também tenta prender o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando
Baiano, suspeito de ser operador do PMDB no esquema da Petrobras. Ele ainda não
foi encontrado. Todos os presos serão levados ainda nesta sexta-feira para a
Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, capital do Paraná.
Leia
abaixo reportagem da Agência Brasil:
PF prende ex-diretor da
Petrobras e mais 20 envolvidos na Operação Lava Jato
Ivan
Richard - A Polícia Federal em Curitiba confirmou há pouco a prisão do
ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e de mais 20 pessoas, de forma
temporária e preventiva. Todas fazem parte da sétima fase da Operação Lava
Jato. Também foram cumpridos seis mandados de condução coercitiva. Os
investigados que não foram localizados até o momento tiveram os nomes inscritos
no sistema de procurados e impedidos da PF e estão proibidos de deixar o país,
entre eles, o lobista Fernando Baiano, citado nas investigações como agente do
PMDB no esquema criminoso.
De
acordo com a PF, alguns executivos das sete maiores empreiteiras do país,
matinha, nas últimas semana, atitudes suspeitas, prevendo que poderiam ser alvo
de uma operação policial. Segundo o delegado da PF, Igor Romário de Paula,
responsável pela operação, essa pessoas pernoitavam fora de casa e viajam com
frequência. Ele negou que tenha havido vazamento de informações. "Alguns
vinham saindo do país com frequência ou dormiam em hotéis, apartamentos
nitidamente com caráter de não permanecer [nas residências fixas]. Isso se
comprovou hoje com alguns sendo encontrados em outras cidades."
Ao
todo, sete empreiteiras, com contrato de mais de R$ 59 bilhões com a Petrobras
foram alvo da operação deflagrada nesta sexta-feira. "São aquelas em que o
material apreendido e as quebras de sigilo dão material robusto para mostrar o
envolvimento delas na formação de cartel, desvio de recursos para corrupção de
agentes públicos", disse o delegado.
Ainda
de acordo com a PF, os executivos das empreiteiras presos hoje participaram
diretamente da celebração de contratos com a Petrobras. Outros alvos da
operação tiveram participação secundária ou atuaram no transporte de recursos
obtidos de forma ilícita para doleiros, que posteriormente faziam a lavagem.
Na
sétima fase da Operação Lava Jato foram expedidos 85 mandados judiciais e
decretado o bloqueio de aproximadamente R$ 720 milhões em bens pertencentes a
36 investigados. Foi autorizado também o bloqueio integral de valores
pertencentes a três empresas referentes a um dos operadores do esquema.
Os
grupos investigados registraram, segundo dados do Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf), operações financeiras atípicas no montante que supera os R$
10 bilhões. Os envolvidos responderão, na medida de suas participações, pelos
crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de
Licitações e lavagem de dinheiro.
Os
mandatos foram cumpridos nos estados do Paraná, de São Paulo, do Rio de
Janeiro, de Minas Gerais, Pernambuco e no Distrito Federal. Ao todo, mais de
300 policiais federais e 50 servidores da Receita Federal participaram da operação.
BRASIL 247 14 de novembro de 2014 08:49
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 14.11.2014 17h45m
Nenhum comentário:
Postar um comentário