OPOSIÇÃO
TUCANA RESISTE AO DIÁLOGO DILMA-ALCKMIN?
Depois de pedir R$ 3,5 bilhões ao governo
federal, governador Geraldo Alckmin demarca suas diferenças em relação ao
senador Aécio Neves; "o palanque acabou", disse ele; enquanto o
político mineiro prega oposição implacável, o governador paulista quer
cooperação; os dois são pré-candidatos do PSDB à presidência em 2018; quem irá
prevalecer?
Ao se reunir com a presidente
Dilma Rousseff nesta segunda-feira (10) para
discutir a crise hídrica de São Paulo e pedir recursos para a realização de
obras, o governador Geraldo Alckmin demarcou sua posição política bem diversa
da do ex-candidato a presidente do seu partido, o senador Aécio Neves, que, na
semana passada, ao retornar ao Congresso, pregou uma oposição implacável ao
governo da presidente reeleita. Não foi à toa que Alckmin soltou uma forte
frase de efeito ao justificar a reunião de hoje: "o palanque acabou".
E disse mais: "Quem foi eleito foi eleito para governar.
Oposição se faz no Parlamento. Acabou a eleição, a população quer soluções e
soluções concretas para seus problemas. Os recursos devem ir para onde há
necessidade. Vejo que há na vida pública duas condições importantes para quem é
oposição. Dois deveres: divergir e interagir. Divergir naquilo que entendemos
que não é adequado, e interagir, principalmente quem é governo".
A afirmação do governador paulista soou em tom muito mais
conciliador do que a de Aécio. Estaria Alckmin inaugurando uma nova forma de
oposição?
Uma coisa é fato: ele demarcou onde Aécio deve operar: "no
Parlamento". Assim o governador avisa que não deverá entrar nas questões
menores da disputa política e deverá trilhar por caminhos mais em comum do que
opostos ao Planalto, objetivando conquistar recursos fundamentais para realizar
um 'governo-vitrine' para suas aspirações presidenciais em 2018.
Enquanto Alckmin pregava a "interação" no Planalto,
outro tucano, o senador Aloysio Nunes, que foi o candidato a vice-presidente de
Aécio, engrossava o discurso contra a presidente no Senado. Segundo
ele, Dilma "mentiu durante a campanha eleitoral, mentiu gravemente".
"Emprestou à oposição propósitos que a oposição nunca teve – nunca, jamais
–, e ela sabia disso. Mentiu sobre Bolsa Família, sobre inflação, sobre bancos
públicos", afirmou.
Neste cenário de posições tão contrastantes,
até quando se manterá viva a aparente unidade que o PSDB construiu no pleito
deste ano? Aécio ouvirá calado as declarações de Alckmin, seu principal
adversário interno?
BRASIL 247 10 de novembro de 2014 21:59
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 11.11.2014 10h02m
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