TIJOLAÇO:
‘GROSSERIA ARROGANTE’ DE JOAQUIM BARBOSA É ‘DU JAMAIS VU’
"Certamente não falta ao Dr. Barbosa a
compreensão de que há uma suposição gravíssima pairando sobre os
parlamentares e políticos brasileiros: a de que estejam envolvidos como
co-autores ou beneficiários da ladroagem de Paulo Roberto Costa", diz
Fernando Brito, editor do Tijolaço, ao comentar a tuitada de Joaquim Barbosa
contra a presidente Dilma Rousseff; "parece incrível que a um ex-chefe de
Poder, como Barbosa, falte esta mínima capacidade de convívio dentro das
responsabilidades de cada um"
'Min Público é
órgão de contenção do poder político. Existe para controlar-lhe os desvios,
investigá-lo, não p assessorá-lo. Du jamais vu!'
Joaquim Barbosa é o “du jamais vu” da
grosseria arrogante
O
Doutor Joaquim Barbosa – autor da “tuitada” acima – certamente sabe que, na
Constituição, o princípio da autonomia dos poderes vem “colado” a outro: o da
harmonia entre eles.
O
Ministério Público, que não é um poder mas a este se assemelha, em razão da autonomia,
também não deve seguir o mesmo preceito?
Ou
seja, no que não lhe interfira na autonomia, não pode dialogar com o Presidente
da República, com o Presidente do Congresso ou com o Presidente do Supremo?
Não
apenas pode como deve. Como estes entre si.
Certamente
não falta ao Dr. Barbosa a compreensão de que há uma suposição gravíssima
pairando sobre os parlamentares e políticos brasileiros: a de que estejam
envolvidos como co-autores ou beneficiários da ladroagem de Paulo Roberto
Costa.
Ninguém,
a começar de Dilma Rousseff, disse que ia se pedir a violação do segredo de
Justiça em que correm as investigações sobre o caso.
Embora,
fica claro na leitura da lei, este sigilo se prenda aos termos do acordo de
delação e à eventual proteção do delator frente à organização criminosa e
não às imputações que este faz, que sequer têm a presunção da verdade (
““nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas
declarações de agente colaborador”, diz a lei), não é possível em falar em que
não possa haver consultas informais sobre a extensão do que estas contêm.
Até
porque listas e listas, supostamente vazadas pelo próprio Ministério Público,
pululam nos jornais, sites e televisões, sem que isso provoque qualquer
indignação nem em Joaquim Barbosa nem entre os procuradores.
A
nomeação de um ministro é prerrogativa de quem ocupa a Presidência e isso não
está em questão. Mas é dever de qualquer presidente democrático promover
consultas a quem ele desejar. E às pessoas consultadas o direito de dar
opinião ou de não dar.
Se
quiser e puder dizer, diga. Se não quiser ou puder, não diga.
É a
chamada eloquência do silêncio.
Parece
incrível que a um ex-chefe de Poder, como Barbosa, falte esta mínima capacidade
de convívio dentro das responsabilidades de cada um.
Só
deixa de ser incrível porque uma mídia que endeusa personagens
destemperados como ele capaz de apontar-lhe outras “faltas que lhe abundam”.
A de
educação, a de compostura, a de decoro de quem ocupou o cargo de presidente da
mais alta corte brasileira.
Uma
longa galeria onde Barbosa se porta como “du jamais vu”.
BRASIL 247 23
de dezembro 2014 às 18:12
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 24.12.2014 04h52m
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