PF
ACUSA 33 DE INTEGRAR CARTEL DE TRENS EM SP
Polícia Federal concluiu a investigação sobre o
cartel de empresas que fraudou licitações de trens em São Paulo entre 1998 e
2008 e acusou 33 pessoas de participação em crimes de corrupção ativa e
passiva, formação de cartel, lavagem de dinheiro e evasão de divisas; entre os
indiciados estão ex-servidores, executivos de empresas do setor de trens,
lobistas e doleiros; no STF, são investigados os deputados federais José
Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM)
A Polícia Federal concluiu a
investigação sobre o cartel de empresas que fraudou licitações de trens em São
Paulo entre 1998 e 2008 e acusou 33 pessoas de participação em crimes de
corrupção ativa e passiva, formação de cartel, lavagem de dinheiro e evasão de
divisas. Entre os indiciados estão ex-servidores, executivos de empresas do
setor de trens, lobistas e doleiros. O relatório encerra o inquérito relativo a
suspeitos que não ocupam cargos políticos e por isso não possuem foro
privilegiado.
Agora o
trabalho da PF será encaminhado ao Ministério Público Federal, que poderá pedir
a realização de novas diligências, apresentar denúncia contra os acusados ou
pedir à Justiça Federal que o caso seja arquivado.
O
inquérito policial foi aberto em 2008 a partir de uma denúncia anônima de um
ex-diretor da multinacional alemã Siemens e ganhou impulso em 2013 quando a
empresa realizou uma delação premiada ao Cade (Conselho Administrativo de
Defesa Econômica).
A
Siemens contou às autoridades federais que participou de um cartel com empresas
do setor de trens e o grupo de companhias fraudou licitações do Metrô e da CPTM
(Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) de 1998 a 2008, em sucessivos
governos do PSDB.
Um dos
acusados é João Roberto Zaniboni, que foi diretor de Operação e Manutenção da
CPTM de 1999 a 2003.
Ele já
estava indiciado desde novembro do ano passado sob a acusação de ter mantido o
valor de US$ 836 mil (o equivalente a cerca de R$ 2,2 milhões) em conta na
Suíça, que seria resultante do pagamento de propinas.
A
defesa de Zaniboni afirma que ele nunca cometeu crimes em sua atuação como
servidor público.
A
apuração relativa ao suposto envolvimento de políticos no esquema foi
desmembrada do inquérito da PF e está em curso no STF (Supremo Tribunal
Federal), em razão da regra do foro privilegiado para ocupantes de cargos
políticos.
No STF,
são investigados os deputados federais José Aníbal (PSDB-SP) e Rodrigo Garcia
(DEM-SP), ex-secretários do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Os congressistas
negam qualquer ligação com empresas do cartel.
BRASIL 247 04 de dezembro de 2014 21:36
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 05.12.2014 06h02m
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