OS
PRINCIPAIS PONTOS DA NOVA RELAÇÃO CUBA-EUA
Da BBC:
Os presidentes dos Estados
Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, deram início a um processo de
reaproximação entre os dois países após mais de 50 anos de relações cortadas.
“O
isolamento fracassou. É hora de uma nova abordagem”, disse Obama em um discurso
na Casa Branca. “Estou ansioso para engajar o Congresso em um debate sério e
honesto (sobre o fim do embargo). Um comércio intensificado é bom para os
americanos e para os cubanos.”
“Através
dessas mudanças, queremos criar mais oportunidades para americanos e cubanos e
começar um novo capítulo nas Américas”, acrescentou o presidente americano.
Raúl Castro, por sua vez, disse,
em Havana, que “os progressos alcançados demonstram que é possível encontrar
solução para muitos problemas…devemos aprender a arte de conviver de forma
civilizada com nossas diferenças”.
“Isso não
quer dizer que o principal foi resolvido. O bloqueio econômico, comercial e
financeiro que provoca enormes danos humanos e econômicos tem que acabar”.
O anúncio
dos mandatários veio poucas horas após a libertação, em Cuba, do americano Alan
Gross, preso há cinco anos no país. Os Estados Unidos disseram que libertarão
três cubanos condenados por espionagem, e estudam a abertura de uma embaixada
em Havana nos próximos meses.
Antes dos
discursos, Obama e Castro conversaram durante mais de 45 minutos pelo telefone
– a primeira conversação substancial entre líderes dos dois países desde 1961.
Leia mais: Por que o ‘New York Times’ quer fim do embargo a Cuba?
A Casa
Branca divulgou uma lista em que apresenta “os principais elementos do novo
enfoque do presidente para o estabelecimento de relações diplomáticas com
Cuba”.
Estes
incluem:
– Início
imediato de discussões para o restabelecimento de relações diplomáticas,
suspensas em janeiro de 1961.
–
Restabelecimento de uma embaixada em Havana e de intercâmbios e visitas de alto
nível entre os dois governos.
–
Fomentar trabalho em conjunto em áreas de “interesse mútuo”, como migração,
combate ao tráfico de drogas, proteção ambiental e tráfico de pessoas entre
outros.
–
Incrementar o contato entre as populações e melhorar o livre fluxo de
informação “para, desde e entre a população cubana”.
–
Facilitar a expansão das viagens com emissão de licenças para pessoas
autorizadas.
–
Estabelecer intercâmbios que permitam que americanos ofereçam treinamento
empresarial a empresas privadas cubanas e pequenos agricultores.
–
Facilitar o envio de remessas dos EUA para Cuba; o montante máximo que pode ser
enviado por trimestre subirá de US$ 500 para US$ 2.000 – e não será mais
necessária uma licença especial para o envio de remessas para fundos dedicados
ao desenvolvimento de iniciativa privada em Cuba.
–
Ampliação nas licenças comerciais para vendas e exportação de certos produtos e
serviços dos Estados Unidos, como material de construção e equipamento agrícola
para pequenos agricultores.
–
Autorização para que cidadãos americanos importem produtos de Cuba, como
derivados de fumo e bebidas alcoólicas, até o valor limite de US$ 400.
–
Facilitar as transações autorizadas entre EUA e Cuba, como o processamento de
transações financeiras e o uso de cartões de crédito para viajantes em Cuba.
– Dar
início a esforços para facilitar acesso dos cubanos a meios de comunicação como
internet, tanto dentro de Cuba como de Cuba para os EUA e resto do mundo; para
isso, será permitida a exportação comercial de certos dispositivos de
comunicação, software, aplicações e hardware.
– Revisar
a forma como se aplicam sanções contra Cuba a países terceiros; outorgar
licenças para que possam ser oferecidos serviços e transações financeiras a
indivíduos cubanos em outros países e permitir que embarcações estrangeiras
entrem nos EUA depois de cooperar com determinados tipos de intercâmbio
humanitário em Cuba.
– Iniciar
uma revisão da designação dada a Cuba, em 1982, de “Estado patrocinador de
terrorismo”; uma revisão “imediata” será entregue a Obama em seis meses.
–
Participação de Obama na Cúpula das Américas no Panamá em 2015, em que direitos
humanos e democracia serão assuntos-chave e onde será permitida a participação
da sociedade civil cubana – assim como a de outros países.
– Um
compromisso maior dos EUA por uma melhora nas condições de direitos humanos e
reformas democráticas em Cuba.
DCM 17 de dezembro de 2014 09:25
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 18.12.2014 05h38m
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