NOVO TIME DE DILMA TEM DENSIDADE PARA
A GUERRA
Análise é da jornalista Tereza Cruvinel, colunista do 247, em
Brasília; "Dilma optou por nomes de projeção nacional, que incluem três
ex-governadores (Jacques Wagner, Cid Gomes e Eduardo Braga) e um ex-prefeito de
capital (Gilberto Kassab)", diz Tereza, para "enfrentar a disputa
política que será travada desde o início"; "Este perfil mais político
e de maior ressonância será reforçado com a confirmação de Ricardo Berzoini
para Comunicações, pode contar ainda com a indicação de Patrus Ananias para Reforma
Agrária e com o retorno de Celso Amorim ao comando do Itamaraty",
antecipa; ela adianta ainda que Pepe Vargas pode ser sacrificado, por disputas
internas do PT
Em sua análise sobre a nova etapa da reforma ministerial, a
jornalista Tereza
Cruvinel, colunista do 247 em Brasília, destaca a densidade política do
novo time.
"Os
novos ministros anunciados nesta terça-feira, 23, ampliam a densidade política
do segundo governo Dilma, qualificando-o melhor, comparativamente com o
primeiro, para produzir resultados e para enfrentar a disputa política que será
travada desde o início. Dilma optou por nomes de projeção nacional, que incluem
três ex-governadores (Jacques Wagner, Cid Gomes e Eduardo Braga), um
ex-prefeito de capital (Gilberto Kassab) e parlamentares mais expressivos, como
Eliseu Padilha e Edinho Araújo", diz ela. "Este perfil mais
político e de maior ressonância será reforçado com a confirmação de Ricardo
Berzoini para Comunicações, pode contar ainda com a indicação de Patrus
Ananias para Reforma Agrária e com o retorno de Celso Amorim ao comando do
Itamaraty."
"A qualidade de um gabinete ministerial é dada pela
excelência de seus integrantes – técnica, ética e política – e também pela
eficiência do conjunto na garantia da estabilidade política e da
governabilidade. Vale dizer: para ser bom, não basta que conte com grandes
nomes. É preciso também que ele garanta, nos governos de coalizão, a coesão e o
equilíbrio dentro da base parlamentar. Na escolha da equipe econômica, Dilma
levou em conta os imperativos da conjuntura e as demandas do mercado e dos
agentes econômicos. Na escolha deste primeiro bloco de 13 ministros, mirou a
dimensão do governo e suas necessidades políticas."
PT disciplinado
Tereza destaca também a disciplina do PT, que perde espaço da
reforma ministerial. "As adversidades ensinam. Em recente entrevista que
me concedeu, o presidente do PT, Rui Falcão disse que não agiria como linha
auxiliar da oposição no segundo governo Dilma, criando dificuldades por
questões menores. O partido nunca se dava por completamente satisfeito
nas formações ministeriais, embora fosse hegemônico. Agora, não viu ainda
ninguém reclamar, nem mesmo da perda de uma pasta importante como o MEC", diz
ela.
"O PT manterá Aloisio Mercadante no Gabinete Civil e também a
Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e a Secretária-geral da
Presidência, pastas palacianas. Ao longo da terça-feira, o nome do
deputado Pepe Vargas foi insistentemente falado para a SRI mas acabou não sendo
confirmado. O adiamento tem razões na política interna do PT. Pepe é da
tendência Democracia Socialista, a DS, à qual também pertence Miguel Rosseto,
que Dilma já tinha praticamente escolhido para a Secretária-geral. O chamado
Campo Majoritário reagiu. Um dos dois deve ser sacrificado, possivelmente
Pepe, mas o PT ficará com as pastas, e ainda pode ganhar a do Trabalho, para a
qual seria indicado o sindicalista da CUT José Lopes Feijó, ligado a Lula".
BRASIL 247 24 de dezembro 2014 às 06:20
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 24.12.2014 06h56m
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