ALTMAN:
PAPA FRANCISCO FOI O REVOLUCIONÁRIO DE 2014
Colunista Breno Altman confessa seus erros de
análise sobre o sumo pontífice; "Há ano e meio escrevi artigo
dos mais furados de minha vida jornalística", diz ele, relembrando
texto em que apontava Francisco como a "contrarrevolução moderna";
"Desde então, o papa Francisco desmentiu praticamente todas
estas arrogantes previsões. Além de enfrentar a corte vaticana e seus
interesses, se lançou em cruzada para levar o catolicismo de volta ao convívio
com os movimentos populares, abraçando sua causa", afirma; Altman destaca
ainda o papel do papa no reatamento das relações diplomáticas entre Cuba e
Estados Unidos
"Há ano e meio escrevi, para o Opera Mundi, artigo dos mais furados de minha vida jornalística.
O título diz tudo, basta clicar para ter acesso ao texto: Papa
Francisco é a contrarrevolução moderna", diz o colunista Breno Altman. "O equívoco, porém, foi tão estapafúrdio que seria
vergonhoso não admiti-lo de público."
Altman cita parágrafos de sua análise equivocada. “A direita encontra, nesta renovação, bom motivo para
entusiasmo. Um papa fortalecido e celebrado é instrumento notável para qualquer
estratégia de redução da influência de esquerda nas camadas de menor renda,
especialmente na América Latina.”
Depois, enumera os motivos que o levaram a rever sua posição.
"Desde então, o papa Francisco desmentiu praticamente todas
estas arrogantes previsões. Além de
enfrentar a corte vaticana e seus interesses, se lançou em cruzada para
levar o catolicismo de volta ao convívio com os movimentos populares, abraçando
sua causa. Luta para reformar o discurso
da Igreja sobre direitos civis, incluindo temas outrora proibidos, como o
acolhimento da diversidade sexual e a defesa da saúde feminina frente aos
dogmas religiosos. Estendeu sua mão para
a esquerda latino-americana, apoiando experiências progressistas e
desautorizando o vínculo de organizações católicas às conspirações
conservadoras."
Ele ainda destaca o papel de Francisco na histórica reaproximação
entre Cuba e
"O primeiro a tentar abrir meus olhos sobre os enganos que
cometia e divulgava foi João Pedro Stédile, o bravo líder do MST e da Via
Campesina, atualmente um dos principais interlocutores leigos de Francisco. Demorei a lhe dar ouvidos. Aos poucos, contudo, fui me
dando conta que havia sido contaminado por preconceitos e desvarios. Vivendo e aprendendo. Hoje
reconheço que o papa lidera revolução no catolicismo, que deve ser observada e
partilhada pelas forças progressistas do planeta."
BRASIL 247 24 de dezembro 2014 10:13
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 25.12.2014 11h27m
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