MÍDIA VESTE A
CARAPUÇA DO ‘INIMIGO EXTERNO’ DO PAÍS
Jornais conservadores, como Globo e Estado,
destacam o ponto mais importante do discurso de posse da presidente Dilma
Rousseff, que trata da defesa da Petrobras de seus 'predadores internos e
inimigos externos', para ironizá-lo, como se não houvesse, nos meios de
comunicação, uma torcida organizada contra a estatal e que defende interesses
antinacionais; para quem não se lembra, o Globo, dos irmãos Marinho, foi o
primeiro veículo a explicitar que a Lava Jato obrigaria a Petrobras a abrir o
pré-sal aos estrangeiros; ontem, empossada para mais quatro anos, Dilma deixou
claro que o regime de partilha do petróleo continuará em vigor; inimigos
externos não gostaram
O ponto alto do discurso da presidente Dilma Rousseff ao tomar
posse do seu segundo mandato foi, sem dúvida, o que abordou a Petrobras.
Dilma falou em defender a empresa de seus "predadores
internos e inimigos externos". Em seguida, arrematou: "Não
podemos permitir que a Petrobrás seja alvo de um cerco especulativo dos
interesses contrariados com a adoção do regime de partilha e da política de
conteúdo local, que asseguraram ao nosso povo, o controle sobre nossas riquezas
petrolíferas" (leia mais aqui).
Foi um recado claro para determinadas forças que tentam se valer
da crise de imagem da Petrobras para forçar uma mudança de regime na produção
de petróleo no País. Quem mais destaca, entre essas forças, é o grupo Globo,
dos irmãos Marinho, o primeiro a dizer, com todas as letras, que a Lava Jato
obrigaria a Petrobras a retomar o regime de concessões de petróleo, no lugar do
modelo de partilha.
Quinze dias atrás, por exemplo, o Globo dizia, em reportagens e
editoriais, que a regra do pré-sal poderia e deveria mudar, em benefício da
exploração por empresas estrangeiras, como Shell, Exxon, Chevron e BP (leia
mais aqui).
Dilma, no entanto, demonstrou estar atenta a essas pressões. E
demonstrou que não irá ceder um milímetro em suas convicções sobre o melhor
regime para a exploração das riquezas do pré-sal.
Os inimigos externos da Petrobras, nesse contexto, vestiram a
carapuça. Em sua manchete, o Globo afirmou que "Dilma recicla promessas e
vê 'inimigos externos' da Petrobras", como se eles não existissem – embora
o jornal dos Marinho seja uma realidade palpável. O Estado de S. Paulo seguiu a
mesma linha, mas não com a mesma intensidade.
O fato é que nem um nem outro terá força para provocar uma mudança
nas regras do pré-sal.
BRASIL 247 02 de janeiro 2015 às 06:33
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 02.01.2015 07h52m
Nenhum comentário:
Postar um comentário