PL DA
TERCEIRIZAÇÃO TERÁ DISCUSSÃO CRITERIOSA NO SENADO
O presidente do Senado Renan Calheiros
(PMDB-AL) disse nesta terça (28) que tanto as centrais sindicais quanto a
própria presidente da República, Dilma Rousseff precisam ter claro como deve
ser a regulamentação da terceirização; "O que está em jogo é uma nova
opção de desenvolvimento. Você querer terceirizar a atividade fim significa
querer precarizar as relações de trabalho e deteriorar o produto nacional.
Tirar completamente a competitividade. Eu acho que é esse o debate que precisa
ser feito e as centrais precisam claramente dizer o que elas acham", disse
Renan
O presidente do Senado Renan Calheiros
(PMDB-AL) passou a tarde desta terça-feira (28) reunido com representantes da
indústria e dos trabalhadores discutindo o projeto que expande e cria novas
regras para a terceirização de mão-de-obra. Ao final dos encontros, Renan
Calheiros disse que tanto as centrais sindicais quanto a própria presidente da
República, Dilma Rousseff precisam ter claro como deve ser a regulamentação da
terceirização.
— O que está em jogo é uma nova opção de
desenvolvimento. Você querer terceirizar a atividade fim significa querer
precarizar as relações de trabalho e deteriorar o produto nacional. Tirar
completamente a competitividade. Eu acho que é esse o debate que precisa ser
feito e as centrais precisam claramente dizer o que elas acham, disse
Renan.
Atendendo
à recomendação de Renan Calheiros, as centrais disseram o que pensam do
projeto. O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner
Freitas, defendeu que o Senado apresente uma nova proposta para tratar
exclusivamente da situação dos trabalhadores terceirizados sem mexer com os
direitos dos demais. Segundo ele, o presidente do Senado assegurou que a
proposta não vai ser votada no afogadilho, mas terá uma análise normal. No
entanto, Vagner Freitas foi enfático ao dizer que se as negociações não
progredirem, os trabalhadores vão parar.
— Se tudo isso não funcionar, nós vamos fazer
uma greve contra o projeto da terceirização. Nós pretendemos que isso seja
resolvido por negociação. A precarização trazida por esta proposta leva o
Brasil para 60 anos atrás — declarou Vagner Freitas.
Renan
Calheiros deixou claro, porém, que o projeto da terceirização é uma agenda do
Legislativo. De acordo com ele, do mesmo jeito que não cabe a ninguém de fora
do Parlamento definir o cronograma de votação, também não é papel das centrais
dizer como o Senado deve proceder.
— Da mesma forma que ninguém pode ter o
cronograma de tramitação de uma proposta legislativa, as centrais sindicais não
podem decidir o que devemos fazer no Legislativo. Nós estamos vivendo um
momento de ativismo legislativo. O Legislativo está demonstrando, mais do que
nunca, que sabe o que quer e as centrais não podem dizer o que a gente pode
fazer ou não — disse Renan.
Fim da CLT
Também
na defesa de mudanças no projeto da terceirização de mão-de-obra, o presidente
do PDT, Carlos Lupi (RJ), disse ao presidente do Senado que a ideia pode acabar
com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Além disso, Lupi defendeu um
debate aprofundado da proposta.
—
Isso significa precarizar o serviço.
Significa rasgar e enterrar a CLT de vez. Nós apresentamos nossa reivindicação
ao presidente do Senado para que tenha um trâmite tranquilo, normal no Senado,
não como foi na Câmara, apressado demais — informou Lupi.
O
presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade,
garantiu que o projeto da terceirização é importante não apenas para o setor
que ele representa, mas para a economia como um todo. Segundo ele, mais de 12
milhões de trabalhadores aguardam pela regulamentação do trabalho terceirizado.
— É uma reunião entre trabalhador e os setores
da economia para que essa legislação possa ser aprovada. Estamos dispostos a
negociar, mas pedimos ao senador para que a proposta seja votada. Ele entendeu
os nosso argumentos e estamos marcando uma reunião mais técnica para
apresentarmos a proposta — informou o presidente da CNI.
BRASIL 247 28 de abril de 2015 20h34m
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 29.04.2015 04h43m
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