KOTSCHO:
CUNHA COMANDA A FARRA DOS DEPUTADOS
Colunista Ricardo Kotscho critica o presidente
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), “que começou a cumprir suas ‘promessas de
campanha’, e anunciou solenemente o aumento das mordomias dos seus colegas,
como se fossem poucas as que já tinham”: “Em lugar de discutir o pacote fiscal
do governo para reduzir os gastos públicos, a Câmara vai gastar mais R$ 150
milhões para reajustar os benefícios dos 513 deputados federais”
Ricardo Kotscho denuncia “a farra dos
deputados” sob o comando de Eduardo Cunha (PMDB), “que começou a cumprir suas
‘promessas de campanha’, e anunciou solenemente o aumento das mordomias dos
seus colegas, como se fossem poucas as que já tinham”: “Em lugar de discutir o
pacote fiscal do governo para reduzir os gastos públicos, a Câmara vai gastar
mais R$ 150 milhões para reajustar os benefícios dos 513 deputados federais”.
De volta aos trabalhos na
terça-feira, depois de quase duas semanas curtindo o "Carnaval das
Excelências", mais longo que o da Bahia, a farra dos deputados federais
continua, sob o comando de Eduardo Cunha, o todo-poderoso presidente da Câmara.
Com o
país derretendo, sem conseguir fechar suas contas e tapar os novos buracos que
a cada dia se abrem no casco do navio, Cunha começou a cumprir suas
"promessas de campanha" e anunciou solenemente o aumento das
mordomias dos seus colegas, como se fossem poucas as que já tinham.
Em
lugar de discutir o pacote fiscal do governo para reduzir os gastos públicos, a
Câmara vai gastar mais R$ 150, 3 milhões para reajustar os benefícios dos 513
deputados federais, que já nos custam quase R$ 2 milhões cada um por ano (para
ser mais exato, R$ 1.919.579,48, segundo o portal "Congresso em
Foco").
Agora,
entre outras benesses, os cofres públicos também voltarão a pagar passagens
aéreas para os cônjuges dos deputados e deputadas, uma prática que tinha sido
abolida em 2009. Verbas de gabinete para 25 assessores, auxílio moradia e o
"cotão parlamentar" para o pagamento de outras despesas, tudo vai ser
reajustado a partir do dia 1º de abril _ e esta não é uma piada pronta.
"Eduardo
entrega o que promete" foi um dos lemas da campanha do deputado do PMDB à
presidência da Câmara, que ele ganhou de lavada. O problema é que Cunha vai
cumprindo suas promessas com o meu, o seu, o nosso dinheiro, embora garanta que
isso não vai aumentar o total das despesas porque pretende cortar "outras
verbas de custeio". Só não explicou quais, nem quando, nem como. Sejam
quais forem, se não eram necessárias, por que não as cortou antes?
Como se
vivessem em outro país, no fantástico mundo das mordomias sem fim, os nobres
parlamentares não poderiam ter escolhido momento melhor? Tinha que ser
justamente agora em que está tudo virando de pernas para o ar, a população cada
vez mais revoltada com os partidos e os políticos em geral? O que será que
devem ter sentido as multidões de paulistanos que ficaram presas nas estações
sem trem, depois do temporal de quarta-feira, ao chegar em casa e assistir aos
jornais da noite na TV?
Há
quanto tempo vocês não ouviam falar a palavra "cônjuge"? Só elas ou
eles, os cônjuges dos parlamentares, é que devem ter ficado felizes com as
notícias do dia.
E vamos
que vamos.
BRASIL 247 27 de fevereiro 2015 07h46m
Adaptado pelo Blog do SINPROCAPE 27.02.2015 10h07m
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